Decidi a reação, ou a reação me decidiu. Respondi aquele olhar com força, nos olhos e no todo, exteriozando a minha completa ruindade interna. Aquele momento tão pesado e libertador, queimando embaixo da pele, um impasse, uma linha que segue ao desconhecido. Tudo de maior e pior do meu mundo, travado naquele segundo. Na pupila, no centro, eu o via da mesma forma, um descontrolado encarando um precipício de sensações.
Todo o mau da alma, toda a minha alucinação, tão escondidos, debaixo de chaves num baú profundo. De onde ninguém mais podia ver, meu maior pecado (não contra Deus, mas contra os homens) esvaiu no ar. Fiquei surdo de minha própria voz, gelei de meu próprio monstro, meu rosto distorceu, meus músculos contraíram - eu o agredi com tudo o que pude.
Eco oco naquele vazio de sala.
O sangue saindo dos meus dedos, marcaram o caminho, de costas pra ele, segui pro nunca mais. Os cacos no chão, os pedaços todos de uma história terminada, uma metáfora pra toda ação, nunca mais o encarei, nunca mais eu vi... meu reflexo no espelho.
6 comentários:
Esse texto é profissa.
Adoro essas batalhas travadas entre nós e nosso "eu" interior.
Genial.
Não é à toa que algum estudioso disse que a vida é uma "eterna luta contra a entropia"
"Genial" foi a primeira palavra que veio na minha cabeça... E parece que não foi só na minha!
O último parágrafo tá assim, tesudo! haha
Belas e BOAS palavras
E ele te olha bem nos olhos!
Coisas de Yu.
Só quem conhece sabe ^^
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