quinta-feira, dezembro 13, 2007
Aspirina.
Nem que me custem os braços,
E dentes e bolsos e sonhos e amassos...
E amassos...
Nem que me levem amores,
E amoras e horas e letras.
Nem que cortem os risos e choros.
Nem que parem todas as batidas do meu coração.
Nem que me passem ventanias, noites,
Medos e metáforas.
Nem que me parem tantos agoras,
E tantos lá-foras e tanto desejar.
Nem que desvendem todas as promessas e decepções
Nem que eu dê toda a minha garra.
Toda a minha alvorada.
Que levem minha juventude,
Que levem meu ideal de plenitude,
Meu descompasso, meu descaso, meu senão,
Leve também meu desequilíbrio, essa tonteira boa.
Ah! Minha sorte, que leve ela toda.
Pra ela eu tenho força.
Nem que custe tanto, nem que custe quase tudo.
Vou levar no fundo da minha alma,
Na palma da minha mão,
Bem à flor-da-minha-pele
Essa menina do olhar de mar,
Beijo de garoa.
Que chegou como toxina,
Virou vida e sina.
Virou antes e então.
Fogos de artifício
À vista de um balão.
Essa menina
Virou tudo e mais um pouco
Minha razão de estar louco
Minha dor de cabeça,
Um copo com água e aspirina.
quarta-feira, novembro 14, 2007
A Esquisita e o Maluco
Você é uma menina esquisita, menina de alma e coração, mas uma mulher de olhos de inspiração, novos olhos do meu precipício. Do seu lado eu me sinto um absurdo, uma falha, um equívoco. Mas um absurdo tão completo, uma falha tão conveniente, um equívoco de sorte. Minha vida agora é uma confusão mais livre, mais intensa. E no meio de tanto devaneio, dessa prosa sem pé nem cabeça, eu consigo ter uma certeza ou duas. Eu tenho certeza que uma ventania carrega a minha linha cada vez pro lado mais certo, pro lado onde as linhas não existem, pro lado onde eu faço o que quero, e quero o que eu tenho feito, pro lado onde é agora e é inteiro e é eterno enquanto o valha, um lado onde nossa loucura não precisa de cura. Tenho certeza, que se você continuar a me olhar desse jeito, eu morro de tanta vida. e que eu vou cair mais pra cima, ou mais rápido pra baixo. Certeza de que beiro a perder os sentidos e que eu gosto disso. Tenho certeza que uma ventania carrega a minha linha cada vez mais pro seu lado.
"Você é maluco, gosta de uma esquisita."
"Você é esquisita, gosta de um maluco..."
segunda-feira, outubro 29, 2007
Olha:
Ah! Esquece...
E olha pra mim. Reolha mesmo...
quinta-feira, outubro 25, 2007
Uma Colher de Açúcar.
Deu vontade de poetizar e poetizar pra minha poetiza.
quarta-feira, outubro 10, 2007
Avenida com Dois Nomes.
Viu quanto horizonte?
Agora vou embora. To só de passagem, moça, agradeço a bondade...
quarta-feira, setembro 26, 2007
Passarinhar
Passarinha que não é minha passarinha minha vida, meu agora, me faz pensar demais, me faz viver muito mais que isso. E vai embora em breve, me rancou mil sorrisos e deixa versos voando soltos na minha cabeça:
Passarinha,
Não é preciso ir tão longe
O horizonte do horizonte é aqui,
O distante do distante é perto,
A liberdade da liberdade é viver,
O sonho do sonho é acordar
Na confusão da confusão que é você
Aparecer e passarinhar e passarinhar.
segunda-feira, setembro 24, 2007
Jardineirando.
E cavar um buraco no seu peito.
Mexer nessa terra dura que é você.
Te abrir
Pra poder deixar pousar um dia
Uma semente só
Uma dia que não hoje...
E que hoje talvez.
Tirar essa pedra
Que alguém enterrou ai
Evitar que um dia, se estiver sozinha
Você se apedreje por não saber
Que nesse buraco cabe um tanto de cor
No lugar de um tanto de dor.
Pra poder deixar crescer
Uma muda que seja
Um sonho apenas
De flor margarida,
de sabor maracujá.
Como jardineiro
Que embeleza jardim que não é seu
E vai se embora com nada
Eu te quis assim...
Eu quis cavar um buraco no seu peito
Pra te fazer um bem
Que você levasse consigo,
Pra que talvez
Você não seja minha...
Mas feliz com certeza.
segunda-feira, setembro 03, 2007
Recado pra um Anônimo 2
domingo, julho 29, 2007
O Que Eu Sou
Eu não sou Yuri Braga, eu não sou meu nome, não sou a pessoa na minha identidade, eu não sou a pessoa na foto, olho e digo: eu não sou esse ai. Eu não sou isso, eu não sou aquilo lá. Eu não sou o outro, eu não sou aquele, mas eu não sou mais o mesmo... Eu não sou mesmo! Eu não sou mesmo diferente, eu não sou um cara comum, eu não sou um cara... normal. Mas olhe, eu não sou louco, eu não sou o devaneio, nem os sonhos que tenho, eu não sou feito dos medos que tenho, nem das minhas insanidades. Eu não sou feito de carne e osso, não sou feito de idéias, eu não posso ser só isso. Eu não posso ser o que essa pele mostra, esse rosto, esse abraço que dou, esse beijo de entrego, os poemas que faço, não sou o que te digo. Mas eu não sou louco, não sou Yuri Braga...
Eu não sou quem, nem um porquê de ser. Não sou uma resposta, nem ponto de interrogação. Não sou um ponto, não sou referência, não sou uma linha, não sou um limite, não sou a liberdade em si, nem em dó, nem sustenido, não sou tom, não sou mi. Não sou em mim, não sou em ti. Eu não sou, aliás, uma porção de traços dados por Deus: eu não sou um esboço, não sou uma obra completa; eu não sou uma porção de negações, nem uma porção de moléculas morrendo. Eu não posso ser muitos, eu não posso ser tantos, e tantos são o que não sou. Não sou quando: não fui ontem, não serei amanhã. Ou será que serei? Eu não sou uma certeza.
Não sou um menino maduro, não sou um adulto infantil. Eu não sou o que está no meio, não sou equilíbrio, eu não sou metade. Não sou todos os extremos, será que a metade das metades? Eu não sou tantos... A metade de Oswaldo Montenegro não me escreve, não escrevo o que sou. Não sou essas letras, não sou o que está nesse papel, nem o que resta dele, quem sou eu? Eu não sou Yuri Braga, e não sou nada, não sou tudo, não sou tudo no meio, nem nada no que o meio não é. Eu não sou metade (Não sou nem a metade da laranja de ninguém. Eu não sou uma fruta! Que absurdo...).
Eu não sou de ferro, não vou pro inferno, não vou pro céu. Não sou fogo, não sou foda, não sou o que como. Não sou como, como? Não sei explicar, mas não sou. Eu não sei explicar, mas não sou. Não sou e não sou.
Eu não sou Yuri Braga, deixa eu explicar: às vezes não sei ser Yuri Braga, eu não sei saber ser Yuri Braga. Aí penso: mas sei o que ser Yuri Braga significa, talvez, ora sim, com sorte, eu seja Yuri Braga sem querer. E Yuri Braga simplesmente seja o que sou sem saber.
quarta-feira, julho 11, 2007
Cabelo cor de caramelo.
Qual o Gosto?
Entenda, que parto não porque não gosto de você, é porque preciso achar o meu paladar pra vida, o meu toque de sentir, pra assim quem sabe aprender a gostar de gostar de mim.
quinta-feira, junho 28, 2007
Madrugadas e Janelas de Quase Amor.
quarta-feira, junho 27, 2007
Clichê
Eu posso virar as costas
E abraçar meu mundo só,
Mas eu fico, Nem sei se devo
Não te sigo. Não temo,
Eu só espero...
Espero...
Você acaba de subir a rua
Sua luz ofuscando a lua.
Versos surgem atráves de minha mente
Que mente e remente.
E eu rimo clichê com (ou sem) você,
Rimo até bela com você.
Brinco com as palavras na minha cabeça,
Brinco com seu cabelo na minha mão,
Brinco de conquistar seu coração.
Você brinca de acreditar,
E nós brincamos até o mundo acabar
O nosso joguinho de 'amar'.
Rimo clichê comigo. E sigo...
Ao seu lado até uma outra rua, e outra.
E outra vez voce me olha fundo
Pedindo pra não ir jamais.
Legal o jogo que agente faz.
Eu brinco de acreditar,
E nós brincamos até o mundo acabar
O nosso joguinho de 'amar'.
Fascinado. Não só com os olhos teus
Mas com o sentimento que sinto.
Com o pleonasmo que não importa
Como tudo a sua volta.
Rimo clichê com todo o poema .
Eu te abraço,
Digo adeus,
Digo talvez,
Digo que sentirei sua falta,
E você repete o que eu disse.
Nós brincamos de acreditar
E brincaríamos até o mundo acabar
Perante nossos pés.
Nós juramos não olhar pra trás (e rimamos clichê)
E eu minto.
Minto sem pecado,
Minto com paixão
...Ou não.
Então eu vejo você abraçada,
E eu calado.
Enquanto desces mais uma rua
Com mais um desconhecido do lado.
segunda-feira, junho 25, 2007
Ah! Essa minha Sinceridade Bêbada...
Ah!...
domingo, junho 24, 2007
A Medida
domingo, junho 17, 2007
Na Festa da Minha Insanidade
Ao disfarce das segundas intenções,
Um brinde pra começar a viagem de todas invenções.
À folhas de outono
Um brinde às lajes do inconcreto,
À incerteza da beleza do certo,
Um brinde pra perder a timidez do indiscreto.
Ao flerte com a janela.
Um brinde à verdade numa miragem,
Ao centro da margem,
Um brinde das festas de sacanagem.
Ao drama mudo.
Um brinde às pessoas de tato,
À razão de todo abstrato,
Um brinde antes de perder o contato.
Ao embaraço do meu nó.
Um brinde às putaria que se faz no cinema,
Ao ultraje de uma situação amena,
Um brinde pra sina de toda cena.
À manhãs de feira.
Um brinde ao estrondo de uma afasia,
Um brinde antes de amanhecer com asia,
Um brinde pra acabar de rimar numa rima vazia.
quarta-feira, junho 13, 2007
Oração Pra Contradição.
Pro difícil de viver no certo,
Pro certo de viver no errado,
Pro errado de não viver.
Pro improvável da sorte,
Pra morte dos perdidos,
Pros perdidos nas conseqüências,
Pra ciência do inexato.
Pro exceto dos incluídos,
Pro invernos no deserto,
Pras chuvas no inferno,
Pro verão no polar,
Pro lar dos desabrigados
Pro obrigado dos sem educação.
Pra batida do coração,
Pros corações que batem descaso.
Pro acaso do destino,
Pro destino que não tem limite,
Pro limite da liberdade,
Pra liberdade de não ter opinião,
Pra opinião do alienado,
Pro lado de quem não tem partido,
Pra quem está partindo pra não voltar,
Pro voto pra cima do muro,
Pro muro do preconceito,
Pro conceito de quem se permite,
Pra quem se permite dizer não,
Pra quem não se esquece de dizer sim
Pro sim das pessoas difíceis.
quarta-feira, junho 06, 2007
O Muro do Direito
O certo é... o certo somente.
Mas se a real fosse só o oposto disso,
O que seria da liberdade do meio termo?
Porque o muro é um direito.
Se não fosse,
Meu poder de fazer
Poesias da cor que quero,
Nas linhas que posso
Seria uma prisão de mentiras.
Às vezes linha que posso
É corda bamba de cimas de muro.
Diversão de viajar na de circo.
O mundo me serve de todo.
Do tudo quero o completo.
Já foi o dia
Que eu era um só dos lados,
Só todos os extremos.
Hoje o certo é que eu abri minha cabeça
E perdi a chave...
Agora posso tá sempre certo,
Sempre errado
Porque a verdade é que a verdade
É o inverso de todo certo.
Porque se a verdade é o que te basta,
Basta você saber o que você quer querer.
Mas até pra isso...
O muro é um direito.
domingo, junho 03, 2007
É de Verdade Essa Minha Audácia
Não me leve a mal, mas não importa assim você me amar... Me importa você não esquecer, que um dia eu já fui o melhor pra você, por isso tento te acertar a cada palavra. Soa idiota e egoísta, mas vai dizer que você quer me deixar? Deixar meus pensamentos tão cedo... você quer a mim e a todo o resto de mundo, é só uma questão de sinceridade. O quanto você consegue?
sábado, junho 02, 2007
Dona Chuva,
Quanta gente prudente,
Quanta coisa acontece,
Quanto olhar carente.
Quanta mulher tão certa,
Quanta mentira,
Quanto homem prepotente,
Quanto amarelo no dente.
Quanta rima besta.
Quanto cinza em tudo,
Quanta coisa ruim,
E solidão,
Quanta solidão.
Cabelos arrumados,
Dias sem festa,
Vontades que passam,
Abafados que não refrescam,
Coisas que não mudam.
Quanta vida ausente,
Experiência que se nega,
Felicidade que não se rega,
Desviar de poças,
Passos e cuidados,
Liberdade que não se toma.
Eu to molhado, é verdade.
Mas quanta coisa boa se perde...
... embaixo do guarda-chuva.
Poema pra Fazer Chover
Hoje eu vou jogar o céu na sua... cabeça, pra te fazer chover de saudade dos dias de sonho espiral, que já te fizeram tonta. Tão tonta a ponto de ver fogos de artifício onde nem estrelas tinha.
Hoje eu vou me jogar, hoje eu vou jogar você. Vou fazer o impossível. Porque sou insatisfeito de te satisfazer, porque eu sei que afinal é isso mesmo o que pensas em fazer.
domingo, maio 27, 2007
Respondendo Um Anônimo.
sábado, maio 26, 2007
O Bordel do Mundo
As esposas também vivem seu puteiro de cada dia, sabem que são cornas e matam sua insatisfações nos pintos do vizinho, do padeiro... enfim, eles sempre têm um emprego, e elas ainda contam pra suas amigas que eles são bons de cama... mas elas já não gemem do mesmo jeito. Essas esposas comem os vizinhos porque não conseguem manter o marido em casa ou porque se acham feias, ou velhas, ou até mesmo porque sempre estavam cansadas de foder com os outros... Vai saber. São tanto motivos e dores que as histórias se confundem e se invertem, nascem lésbicas e gays que se traem e se transam com outros caras ou outras caras. Os filhos das moças do puteiro vão crescer vendo suas mães dando pra idiotas e vão amadurecer marginais ou retardados e comer as amigas da mãe.
As putas e as esposas putas são todas as meninas e os meninos são todos os prostitutos e vizinhos prostitutos... O mundo é um bordel. E as pessoas se comeram tanto que nem repararam que comeram a sinceridade, o respeito e o amor.
É, que saudade que eu tenho... ninguém sorri do mesmo jeito e eu me pergunto: Mas que putaria é essa que agente ta fazendo com a nossa vida?!
quinta-feira, maio 24, 2007
Pra quê MP3?
sábado, maio 19, 2007
Minhas Metáforas de Você
Meu coração de pedra,
Meu punho de ferro.
Dor de cotovelo.
Deu nos nervos,
E me deu mão.
Você foi o embarasso no meu cabelo,
Meu nó na garganta,
As borboletas no meu estômago,
E as asas nas minhas costas.
Você foi as pedras no meu sapato,
Aquela que me caiu como uma luva.
Você foi o segredo das minhas mangas,
Meu pé de meia, o peso dos meus chapéus.
Você foi minha cara de pau,
Meu papo furado,
Meu perder de fôlego,
Meu respirar de ar fresco.
O engolir de minhas palavras.
E esteve na ponta da minha língua
Nas minhas mãos atadas,
Embaixo do meu nariz
E à flor da minha pele.
O que eu fui um dia
De corpo e alma
Era você
Hoje o que sou,
Todas as minhas metáforas
Tem um pedaço seu
E entenda,
Minha cabeça... hahaha
É mais dura que o tempo...
Difícil mudar isso, não acha?
sexta-feira, maio 11, 2007
Carta Pra Viver Mais
Se você deixar eu abrir meus olhos de novo,
Eu vou fazer diferente.
Eu vou ser mais indecente, mais errado, mais sincero.
Se você deixar,
Eu vou tentar saltar de mais alto,
Vou correr pra mais longe,
Vou acelerar mais e mais.
Vou tentar voar com mais freqüência.
Vou passar mais horas acordado
Provar mais drogas, vou provar mais valor.
Provar mais fontes, mais sabores.
Vou sentir raiva, do meu peito até meus ossos.
Até meus cabelos e dedos.
Menos calma, menos pudor.
Mas também vou sentir mais alegria,
Mais prazer, mais piração...
Mais um pedaço do céu na Terra
Mais um pedaço do inferno na Terra.
Desrespeitar mais as autoridades,
Gostar das coisas esquisitas,
E ligar mais pros meus amigos,
Me apaixonar o dobro de vezes
O dobro, de intensidade.
Vou ouvir mais,
Mas falar mais o que eu penso.
Se você me deixar voltar,
Eu vou tomar todos os dias de uma só vez,
Vou emendar noite, dia e madrugada.
Vou perder a hora,
Vou viver o agora,
Por que já sei o valor do pra sempre.
Já sei o valor do nunca mais.
Deus, eu juro, que se me deixar voltar
Eu vou provar mais de todo pecado, e de toda virtude,
Vou provar todos os meus desejos e desdesejos
... E depois agente se resolve.
Chamar mais as velhas de bonitas
Mais ainda as meninas que não são.
Vou assobiar todo dia, vou dançar toda música.
Eu só quero romantizar, poetizar, musicar
Um pouco do mundo...
Eu não quero ser admirado,
Eu só quero mais a vida do meu lado.
E tomar mais banhos de lua,
Mais banhos de sol.
Mais banhos de aurora, e de arrebol.
E, claro, comer mais tranqueira.
Fazer as noites terem menos final,
Os dias começarem mais longos.
Viver a vida assim,
Tão cheia de sim
Pra não me arrepender de novo.
Esses Meninos
quinta-feira, maio 10, 2007
A Resposta
Porque o sol aquece mais que seu abraço.
Minhas asas passam longe dos seus braços
Rumo a lua, que brilha mais que seus olhos...
Porque as estrelas são muito maiores que as suas mentiras
E eu dou risada, xingo, berro, suspiro, atuo, gargalho, deliro.
Me deito no campo de lírios, que me conforta mais que seu colo.
Porque o horizonte está menos distante do que sua sinceridade
Porque os montes verdes trazem mais paz que seu carinho.
Porque o vento acalma mais que sua voz
E todos os arrebóis que eu vi
E todos os mares que eu vi
E todas as chuvas que eu tomei
São mais belos que seu sorriso.
Eu te deixo querida,
Porque eu prefiro me deixar morrer pelos meus enganos,
Porque prefiro a incerteza do mundo,
Do que a certeza de que você estará ausente... mesmo tão aqui.
Minha sorte superou o passado e eu estou de frente,
De frente com a liberdade que eu roubei do mundo.
Eis as respostas pra todas as perguntas que você possa me fazer
Porque a vida...
A vida me apaixona mais do que seu beijo.
segunda-feira, maio 07, 2007
Música do Seu Dia
Pra chegar calma a madrugada de uma meia-noite ruim,
Pela aurora linda pra toda uma madrugada solitária,
Pra amanhecer bem uma aurora nublada,
Pro meio-dia chegar com alegria a um amanhecer cansado,
Pra entardecer bonito um plano errado de meio-dia,
Pelo arrebol apaixonante pra toda uma tarde de tédio,
Pra anoitecer bem um arrebol melancólico,
Pra meia-noite chegar com sorte a um anoitecer errado,
Pra chegar calma a madrugada...
Eu te fiz uma canção,
Pra solução de algo que te fizesse mal
E se mesmo se não fizesse...
Te lembrasse do carinho, do cuidado
Que carrego por você.
Pro tempo te passar mais leve,
Pra que você me carregue em seu ouvido
E amanhã, quem sabe,
Você possa me cantar de volta.
(eu odeio esses meus poemas clichê.)
domingo, maio 06, 2007
O Passo da Minha Vida
Se nos meus olhos corre a cor de todo o dia,
Se na minha ênfase corre a arrogância,
Se na minha sanidade corre uma avaria.
Se nos meus joelhos já correu a fraqueza,
Se no meu gesto corre a gentileza,
Se na minha mente corre o que já não estava,
Se no meu espelho corre a raiva,
Se nos meus dedos correram seus cabelos,
Se nos meus lábios correm tantos apelos,
E se nos meus braços corre a ira...
Se no meu abraço correm saudades,
Se na minha malícia correm maldades,
Se na minha alma correm sonhos,
Se na minha cabeça correm absurdos,
Se na minha certeza corre contradição,
Se na minha corre a sua mão,
Se na minha canção corre o azar,
Se na minha memória corre um voltar,
Se no meu coração corre a vida,
Se no meu estar corre uma saída,
E se no meu peito correm fogos de artifício...
Se minha vida corre a todo passo
e se a cada passo corre toda a minha vida,
Porque você me pede então
Pra caminharmos com calma
Já que a minha vida corre a todo passo
e a cada passo corre toda a minha vida?
quarta-feira, maio 02, 2007
Poema Bobo do Nó da Minha Vida
Na linha maquiada dos seus olhos, eu me amarro.
Na linha do horizonte, eu dou um nó
Igual a linha do meu cadarço, que eu dou um laço
E acho que não caio de jeito nenhum...
Mas sempre caio...
Impressionante,
Sempre caio no horizonte,
Sempre caio no chão.
Na linha da vida, risco, rabisco, rasura é coisa que acontece.
Vida toda é rascunho, esboço, que nem linha de trem
Parece que ta toda errada, mas no final se souber qual é teu trilho
... Sempre se chega.
Você é então, minha estação.
E é também um pouco de linha de hífen
Que liga eu até você.
Que dá mais nó na minha garganta
Nó cego nos meus olhos,
E nos traços finos do seu rosto
No fio do seu cabelo...
Você é meu nó
Eu sou o seu...
E gente liga os pontos das estrelas
Fazendo desenho de inventar o que quiser.
Contanto que não seja só contorno, entende?
Linha às vezes é superfície demais, só pele e limite...
Linha nossa tem que ser profunda.
Diz menina, que linha tem seu coração?
Minha linha ninguém traça
Ninguém escreve e nem ultrapassa
Minha linha é regra pra ser quebrada
Quebrando a linha com imaginação.
Às vezes minha linha reta, entorta.
Minha linha torta, acerta.
Culpa sua,
A minha linha é problema, dilema.
Risco minha linha que vira letra,
Letra minha que vira poema.
Na Areia, Na Calçada, Na Varanda.
Pode gritar, o mundo inteiro é nosso, pode tudo... você vive meu sonho essa noite, canta minha música preferida, minha música preferida canta você. E você me encanta... Me conta dos seus medos, eu me abro pra você, nunca vi tanta sinceridade. O melhor é que, por mais que não pareça, agente mal se conhece e, por mais que não seja, parece que eu estava te procurando. Engraçado né?
A noite passa, e eu descobri que seu andar é de graça, seu olhar é de carinho, seu sussurro é do meu segredo, seu ouvir é do meu esconderijo. Me rouba e me leva pela mão. De onde vem essa menina? Ela está e é o que importa. Ela é meu agora, de frente pro mar.
E agente tanto conversa que eu até esqueci meu nome, quando bate a fome, me prometeu descongelar uma lasanha, hahahaha que vida estranha. No caminho pra casa eu desfilo sonhos meus e besteiras entre os seus sorrisos, meus planos, minha idéias tomam sua madrugada... e você, me toma a minha vida.
Você me balança só com os olhos, tão linda, tão simples, tão fácil essa nossa madrugada. De um momento pro outro você me dominou e foi naquela calçada no caminho pra casa que eu me encontrei e me perdi pra sempre. Na varanda, agente ri que nem babaca, são cócegas, gargalhadas como se a vida fosse só aqueles poucos metros quadrados. Vai amanhecer, e eu adorei a tua crítica, aceitei seu zelo, ri tua graça, vivi teu viver, engoli seu vazio, viajei no seu rabisco. Eu to indo... mas nessa despedida algo fica. Você me fez tão bem...
Na hora de ir embora eu te abraço de novo, só pra ter certeza de que nosso abraço se encaixa bem mesmo. E olha só, eu tava certo. Te deixei na varanda e quase não te largo, mas eu aprendi com você a fazer algumas coisas diferente... Um pedaço do meu coração fica e meu sorriso me acompanha. O seu sorriso me acompanha, o sol nasce, eu estou indo embora... mas só vejo você.
terça-feira, maio 01, 2007
Gerúndio
Que nem achar uma nota no chão.
Que nem ver estrela cadente.
Que nem roubar um beijo.
Que nem chuva de verão.
Que nem ouvir uma piada boa.
Que nem reencontrar um velho amigo.
Que nem ganhar aquilo que queria...
Ela está, ela acontece
Ela está acontecendo
Ela é um presente...
É meu Gerúndio...
quinta-feira, abril 26, 2007
A Sorte de um Adeus
Adeus.
segunda-feira, abril 23, 2007
A Arma da Vida.
Se pros outros é difícil assim lidar com tanta diferença, isso agente tira de letra, e com essa letra monta poema, faz prosa, mistura mesmo, pinta um filme de cinema. Mais difícil é notar as pessoas consumidas pela indiferença do prazer da vida. Vinda e ida com tão pouco gosto.
Se Deus me deu a ironia, foi pra que eu pudesse colorir todo meu cinismo.
Se Deus me deu a poesia foi pra eu romantizar toda minha ironia.
Se Deus me deu a força foi pra que eu a escrevesse na poesia.
Se Deus me deu a os olhos foi porque eu devia ter força.
Se Deus escreveu o mundo, porque não daria olhos.
Se deus deu sede porque não beber o mundo?
Se Deus quisesse que eu bebesse sozinho porque me daria a sede?
Se Deus fosse o que seria da minha ironia se eu ficasse sozinho?
Afina, se Deus me deu a ironia foi pra que eu pudesse colorir... com elegância.
Dedicado a todos os poetas da cidade, e alguns amigos em particular.
sábado, abril 21, 2007
Você e Meu Juízo
O Poder do Silêncio
Abaixa o som, abaixa até você se ouvir. Ta se ouvindo? O que você se diria? Um dia quando você era pequeno te levaram o silêncio, e a partir daí não era mais suas as melhores palavras que você poderia dizer. Um ruído existe todo dia, e você nem nota... estão todos surdos de si, mas ninguém está em silêncio, o mundo nunca fica quieto. O poder do silêncio é poder de clareza. Atento aos seus pensamentos, seus sentires, seu conhecer de verdade.
Quem riscou a linha do horizonte? Não sei. Mas quem o fez e pôs longe o bastante pra que não pudesse ser ouvido esse alguém sabia o que estava fazendo. Porque agente sempre busca a plenitude de um horizonte presente, uma alcançar impossível, um desacordo entre o sonho e a luta. E não importa quantos passos...
Consegue se ouvir? Tua voz mais bela... Se ela só vive no silêncio, quase em segredo, e esse é em plenitude paz, então pra ter paz é preciso se ouvir.
A inquietude aqui dentro faz todo dia eu manter os olhos longe imaginando uma paz que nunca vai ser minha. Que sempre vai ser linha de horizonte.... longe.
quarta-feira, abril 18, 2007
Como Assim?
As palavras escorrem na tinha minha questão, uma não-solução pros meus problemas. Começa a chover e isso me abala, o que é que tem nessa água? O que é que tem nessa felicidade que ela nunca me preenche e fica? O que é que tem nessa menina que ela me consome? O que é que tem minhas memórias que elas me prendem? Como se o mundo fosse um labirinto eu procurei um norte. Com a morte como uma estrada e a acomodação um atalho, eu decidi procurar explicações em dicionários, enciclopédias, sites de busca. Como se a simplicidade da dúvida satisfizesse qualquer sentimento. Como se entender o vazio o fizesse sumir...
Como se o amor fosse feito de palavras.
...Ela Não Me Entende
... Ela não me entende.
sábado, abril 14, 2007
Meu Verbo
Me dança, seu passo.
Me mostra, seu rosto.
Me perde, sua dúvida.
Me encontra, sua solução.
Me esquece, sua memória.
Me prova, seu gosto.
Me canta, sua voz.
Me prende, sua segurança.
Me balança, seu olhar.
Me venta, seu suspirar.
Me amanhece, sua chegada.
Me ausenta, seu silêncio.
Me enlouquece, seu vestido.
Me guarda, sua chuva.
Me abraça, seu beijo.
Me parte, seu partir.
Me beija, seu abraço.
Meu verbo, você.
sexta-feira, abril 13, 2007
Minha Voz é Letra.
Fala a cabeça a esmo,
Fala o peito adentro,
Fala pés pra frente,
Fala sorriso ausente.
Falo bonito, ousado.
Se não o fizesse qual o sentido?
De falar os dedos na página,
De falar no ouvido, mágica.
Sem adorno na forma,
Meu silêncio se conforma,
E eu tenho voz...
domingo, abril 08, 2007
Eu, hífen de mim.
Se eu vou arranhar, vou céu.
Se eu banho, eu Maria.
Se eu bato, eu bola, eu boca, eu papo.
Eu nunca sei de que lado eu to.
Se for bem, te vi porque é assim... me quer que eu sei.
Se for bom, dia!
For boa, é noite, tarde... hahaha madrugada.
Contanto que me seja suficiente.
Se eu vou botar, vou fora.
Se vou guardar, vou chuva.
Posso civil, posso louça, posso noturno
Contanto que seja composto.
Pára tudo, choques, lamas, quedas,
Com o meu pé, de moleque, de valsa
Porque se tem porta, minha voz
É pra dizer que se nasci sem algo, foi vergonha
Porque sempre tudo vira na minha vida, minha lata,
Minha quebra, minha cabeça.
É disso que sou feito, um monte ações
Que me separam de mim, com hífen ou não,
Com minhas contradições de menino.
quinta-feira, abril 05, 2007
O Buraco da Minha Tolice
terça-feira, abril 03, 2007
Que nem criança.
segunda-feira, abril 02, 2007
Bijuteria Barata
Sua Página, Minha Tinta Guache.
Se Eu Sou Assim
Mais Longe do Chão
Vestido Verde
quarta-feira, janeiro 10, 2007
Há Luz
Há Luz no fim do trilho.
Há Luz no fim do sonho, e no começo.
Há Luz no avesso de todo inferno.
Há Luz no balanço de berço, dos trens pra São Paulo.
Há Luz no fim do terço, na sua fé.
Dá Luz a todo começo,
A Luz do sol de manhã cedo.
No fim a lua é Luz de toda noite
E no meio, você é minha luz de toda tarde
Toda minha madrugada.
Há Luz entre o Brás e a Barra Funda.
A Luz, do centro pra todo lugar.
Há luz na ponta dos cigarros,
Ao longo da ponte,
No alto do poste.
Há luz entre os poucos sorrisos dessa estação.
Há Luz em toda primavera,
Em todo outono.
Há Luz na bunda do vagalume,
Na asa da borboleta,
No canto da cigarra,
Nos olhos de libélula.
Há Luz no final de cada ano,
Com comemoração ou alívio.
A Luz dos fogos de artifício
É Luz das Paixões anoitecidas,
É Luz de estrelas em noite limpa.
A luz do seus olhos,
Deu luz a minhas idéias,
Essa que me floresce,
Que faz faísca, faz clareza,
Reside em toda alma.
Há luz na palma de toda mão
Mais em mim ela floresce, inspiração.
Há luz no fim, crianças
E veja, se a única certeza de tudo é o fim
Minha final certeza é que em tudo há luz.