segunda-feira, julho 07, 2008

Sorvete de Flocos

Eu era quase Fernando Pessoa, tão incerto de tantos eus, tão certo de fingir, bem menos poético, com certeza. Agora eu tenho rima, melodia, eu tenho conserto, eu tenho concerto. Eu não sou cor sozinha, eu combino, completo, sou creme de leite, eu sou seu. Não sou paciência, sou xadrez, tênis de mesa, eu sou par, não sou bota. Eu sou casal, únicos, dois, nós. Eu sou mão dupla, o vir do ir, o descer do subir, o voltar do ir. Uma laranja inteira. Paralelo, igual, 2 segundos. O segundo que eu vivo e o mesmo segundo que eu te admiro. Eu sou tanto que nem caibo em mim. É tão bom e tão diferente. Quando meus dois braços viram um abraço nosso, eu sou uma noite do avesso, com o céu em branco e as estrelas em preto não mais em prata. Um equilíbrio lindo e novo. O mundo vira dois tudos quando você me abraça.