domingo, maio 27, 2007

Respondendo Um Anônimo.

É de direito meu, porque eu me vejo sozinho. Faço o que acho certo, mas me vejo só. Se você faz o que acha certo, ok, parabéns. Mas entenda, é de direito meu me aliviar do jeito que quero, do jeito que posso, porque não seria legal eu sair por aí batendo nos prostitutos perdidos... O mundo tá aí pra todo mundo ver, e é uma putaria sim o que eu tenho assistido. Me questiono em relação as coisas que eu não faria, e vi fazerem comigo, me questiono em relação às pessoas que confio (e eu sinto que você já foi uma delas). Nada contra anônimatos, tem coisas que eu faço que não me orgulho. Mas nunca magoei ninguém do jeito que eu fui magoado quando escrevi esse texto, então é de direito meu: eu falo do mundo o que o mundo me mostra, eu sei que exagero, às vezes até desespero... Mas se SEU mundo não é um bordel hoje (porque eu sei que todo mundo cai, e todo mundo já pensou como eu pelo menos por um instante) a melhor coisa que você poderia fazer era dar uma força, porque se auto-afirmar é coisa fácil, reações como essa não me surpreendem... quero ver quem dá as caras pra ajudar. Assim eu faço, e assim eu saio de um buraco... tentando levar alguém, porque não se vai tão longe sozinho percebe? Se eu generalizo é porque existem pessoas como você que só estão preocupadas em fugir da generalização quando, na verdade, no final... estamos todos juntos.

sábado, maio 26, 2007

O Bordel do Mundo

Que saudade que eu tenho, dos sorrisos frescos das putas desse lugar. Sorriso de sonho em ter uma chance de entrar numa novela, numa peça de teatro, quem sabe ser uma modelo fotográfica. Talvez, se transasse o cara mais importante do jeito que ele mais gostasse. O tempo passou, esses sorrisos já não estão lá, e elas gemem com menos dedicação. Os fregueses desse lugar são todos prostitutos infelizes. Todos atrás do mesmo status de pegador. Talvez, transar a puta mais gostosa do jeito que ela mais gostasse, fazer ela gemer como antes e poder contar pros seus amigos adúlteros e imbecis que eles fizeram com ela o que não conseguem fazer com sua esposa a tempos.
As esposas também vivem seu puteiro de cada dia, sabem que são cornas e matam sua insatisfações nos pintos do vizinho, do padeiro... enfim, eles sempre têm um emprego, e elas ainda contam pra suas amigas que eles são bons de cama... mas elas já não gemem do mesmo jeito. Essas esposas comem os vizinhos porque não conseguem manter o marido em casa ou porque se acham feias, ou velhas, ou até mesmo porque sempre estavam cansadas de foder com os outros... Vai saber. São tanto motivos e dores que as histórias se confundem e se invertem, nascem lésbicas e gays que se traem e se transam com outros caras ou outras caras. Os filhos das moças do puteiro vão crescer vendo suas mães dando pra idiotas e vão amadurecer marginais ou retardados e comer as amigas da mãe.
As putas e as esposas putas são todas as meninas e os meninos são todos os prostitutos e vizinhos prostitutos... O mundo é um bordel. E as pessoas se comeram tanto que nem repararam que comeram a sinceridade, o respeito e o amor.
É, que saudade que eu tenho... ninguém sorri do mesmo jeito e eu me pergunto: Mas que putaria é essa que agente ta fazendo com a nossa vida?!

quinta-feira, maio 24, 2007

Pra quê MP3?

Eu não preciso de mp3, walkman, nem toca fitas. A música tá na cabeça, fica rodando na minha mente. Balança meu viver e me move pela cidade, a música tá na batida do pé, no batuque do coração. E eu fico imaginando... a melodia da minha vida, eu invento quase que sozinho, mexo nas chaves no meu bolso, estalo os dedos, bato com a mão nas portas do metrô. A levada é de samba rap rock misturado com jazz e mpb, e o canto arde no peito, queima nos dedos e rasga na garganta... e tá certo que eu não canto bem, mas que que tem de errado se minha mensagem é de vida? É, a vida tá valendo... O pessoal me acha maluco, porque eu ando com balanço, viajando na de maestro, mexendo a cabeça e dublando uma letra que eu acabei de inventar. "Nem ta ouvindo nada"- o pessoal deve pensar, mal eles sabem, que eu to vivendo um refrão que não se repete. Minha música eu carrego a flor do ouvido, e dentro dos meus sapatos. Aqui toda letra é uma nota, entende? No meu dia-a-dia ninguém me diz o que cantar, a vitrola tá na minha caixola, a música é quase toda minha liberdade de expressão... pena que ninguém me ouve.

sábado, maio 19, 2007

Minhas Metáforas de Você

Você chegou pra quebrar minha cabeça,
Meu coração de pedra,
Meu punho de ferro.

Dor de cotovelo.
Deu nos nervos,
E me deu mão.

Você foi o embarasso no meu cabelo,
Meu nó na garganta,
As borboletas no meu estômago,
E as asas nas minhas costas.

Você foi as pedras no meu sapato,
Aquela que me caiu como uma luva.
Você foi o segredo das minhas mangas,
Meu pé de meia, o peso dos meus chapéus.

Você foi minha cara de pau,
Meu papo furado,
Meu perder de fôlego,
Meu respirar de ar fresco.

O engolir de minhas palavras.

E esteve na ponta da minha língua
Nas minhas mãos atadas,
Embaixo do meu nariz
E à flor da minha pele.

O que eu fui um dia
De corpo e alma
Era você

Hoje o que sou,
Todas as minhas metáforas
Tem um pedaço seu

E entenda,
Minha cabeça... hahaha
É mais dura que o tempo...

Difícil mudar isso, não acha?

sexta-feira, maio 11, 2007

Carta Pra Viver Mais

Querido Deus,
Se você deixar eu abrir meus olhos de novo,
Eu vou fazer diferente.
Eu vou ser mais indecente, mais errado, mais sincero.

Se você deixar,
Eu vou tentar saltar de mais alto,
Vou correr pra mais longe,
Vou acelerar mais e mais.
Vou tentar voar com mais freqüência.

Vou passar mais horas acordado
Provar mais drogas, vou provar mais valor.
Provar mais fontes, mais sabores.

Vou sentir raiva, do meu peito até meus ossos.
Até meus cabelos e dedos.
Menos calma, menos pudor.
Mas também vou sentir mais alegria,
Mais prazer, mais piração...
Mais um pedaço do céu na Terra
Mais um pedaço do inferno na Terra.

Desrespeitar mais as autoridades,
Gostar das coisas esquisitas,
E ligar mais pros meus amigos,
Me apaixonar o dobro de vezes
O dobro, de intensidade.
Vou ouvir mais,
Mas falar mais o que eu penso.

Se você me deixar voltar,
Eu vou tomar todos os dias de uma só vez,
Vou emendar noite, dia e madrugada.
Vou perder a hora,

Vou viver o agora,
Por que já sei o valor do pra sempre.
Já sei o valor do nunca mais.

Deus, eu juro, que se me deixar voltar
Eu vou provar mais de todo pecado, e de toda virtude,
Vou provar todos os meus desejos e desdesejos

... E depois agente se resolve.

Chamar mais as velhas de bonitas
Mais ainda as meninas que não são.
Vou assobiar todo dia, vou dançar toda música.

Eu só quero romantizar, poetizar, musicar
Um pouco do mundo...
Eu não quero ser admirado,
Eu só quero mais a vida do meu lado.

E tomar mais banhos de lua,
Mais banhos de sol.
Mais banhos de aurora, e de arrebol.
E, claro, comer mais tranqueira.

Fazer as noites terem menos final,
Os dias começarem mais longos.
Viver a vida assim,
Tão cheia de sim
Pra não me arrepender de novo.

Esses Meninos

Esses meninos me fazem ter saudades, saudades do que já fui, saudade de todo um mundo bom. Um mundo de tretas e zoeiras, de absurdos e brincadeiras, um mundo só nosso... onde a finalidade está no meio, e o meio está no estar. Às vezes eu não sei se estou sendo claro e faço sentido pra quem lê esse texto, mas esses meninos me entendem. Me entendem, me sacam, me abraçam quando eu estava precisando, me deixam só quando isso é tudo o que mais quero, me mandam um recado que eu estava esperando. É raro ter pessoas assim na sua vida, e na vida já dei azar de tudo, de jogo, de amor... Mas vocês não fazem idéia de como esses meninos compensam. Amizade é uma coisa estranha pra muita gente, pra nós ela é... natural. Como se ler os meus olhos, sorrir os meus sorrisos, gargalhar as minhas gargalhadas, abraçar meus abraços não fosse suficiente... Eles ainda são meus irmãos. Esses meninos me sabem. E eu sei cada um deles. E agente não se prende em preconceitos, não se prende em orgulhos, nós somos asa um dos outros. Eu sou asa desses meninos, eles são asa minha e isso pra mim é amizade. Que segura vento quando vai pousar, e bate forte quando decola, e ainda faz poesia, poesia que se compartilha, amor que se revela, dor que se divide. No meio de tanta confusão, no meio de tanta gente, no meio de tanta paz e tanto caos, agente prevalece. E se o tempo muda as coisas, agente muda também, por que agente aprendeu a lidar com o sentimento mais forte do que o amor e o ódio, agente aprendeu no desequilíbrio o equilíbrio de ser amigo, e se o tempo passa, agente prevalece. Se o tempo passa, eles são eternamente no meu coração... “esses meninos”.

quinta-feira, maio 10, 2007

A Resposta

Porque as estrelas são muito maiores que as suas mentiras,
Porque o sol aquece mais que seu abraço.
Minhas asas passam longe dos seus braços
Rumo a lua, que brilha mais que seus olhos...

Porque as estrelas são muito maiores que as suas mentiras
E eu dou risada, xingo, berro, suspiro, atuo, gargalho, deliro.
Me deito no campo de lírios, que me conforta mais que seu colo.
Porque o horizonte está menos distante do que sua sinceridade
Porque os montes verdes trazem mais paz que seu carinho.
Porque o vento acalma mais que sua voz

E todos os arrebóis que eu vi
E todos os mares que eu vi
E todas as chuvas que eu tomei
São mais belos que seu sorriso.

Eu te deixo querida,
Porque eu prefiro me deixar morrer pelos meus enganos,
Porque prefiro a incerteza do mundo,
Do que a certeza de que você estará ausente... mesmo tão aqui.
Minha sorte superou o passado e eu estou de frente,
De frente com a liberdade que eu roubei do mundo.

Eis as respostas pra todas as perguntas que você possa me fazer
Porque a vida...

A vida me apaixona mais do que seu beijo.

segunda-feira, maio 07, 2007

Música do Seu Dia

Eu te fiz uma canção,
Pra chegar calma a madrugada de uma meia-noite ruim,
Pela aurora linda pra toda uma madrugada solitária,
Pra amanhecer bem uma aurora nublada,
Pro meio-dia chegar com alegria a um amanhecer cansado,
Pra entardecer bonito um plano errado de meio-dia,
Pelo arrebol apaixonante pra toda uma tarde de tédio,
Pra anoitecer bem um arrebol melancólico,
Pra meia-noite chegar com sorte a um anoitecer errado,
Pra chegar calma a madrugada...

Eu te fiz uma canção,
Pra solução de algo que te fizesse mal
E se mesmo se não fizesse...
Te lembrasse do carinho, do cuidado
Que carrego por você.
Pro tempo te passar mais leve,
Pra que você me carregue em seu ouvido
E amanhã, quem sabe,
Você possa me cantar de volta.

(eu odeio esses meus poemas clichê.)

domingo, maio 06, 2007

O Passo da Minha Vida

Se na minha veia corre pura disritmia,
Se nos meus olhos corre a cor de todo o dia,
Se na minha ênfase corre a arrogância,
Se na minha sanidade corre uma avaria.

Se nos meus joelhos já correu a fraqueza,
Se no meu gesto corre a gentileza,
Se na minha mente corre o que já não estava,
Se no meu espelho corre a raiva,
Se nos meus dedos correram seus cabelos,
Se nos meus lábios correm tantos apelos,
E se nos meus braços corre a ira...

Se no meu abraço correm saudades,
Se na minha malícia correm maldades,
Se na minha alma correm sonhos,
Se na minha cabeça correm absurdos,
Se na minha certeza corre contradição,
Se na minha corre a sua mão,
Se na minha canção corre o azar,
Se na minha memória corre um voltar,
Se no meu coração corre a vida,
Se no meu estar corre uma saída,
E se no meu peito correm fogos de artifício...

Se minha vida corre a todo passo
e se a cada passo corre toda a minha vida,
Porque você me pede então
Pra caminharmos com calma
Já que a minha vida corre a todo passo
e a cada passo corre toda a minha vida?

quarta-feira, maio 02, 2007

Poema Bobo do Nó da Minha Vida

Na linha que pontilha na estrada, eu caminho.
Na linha maquiada dos seus olhos, eu me amarro.
Na linha do horizonte, eu dou um nó
Igual a linha do meu cadarço, que eu dou um laço
E acho que não caio de jeito nenhum...
Mas sempre caio...
Impressionante,
Sempre caio no horizonte,
Sempre caio no chão.

Na linha da vida, risco, rabisco, rasura é coisa que acontece.
Vida toda é rascunho, esboço, que nem linha de trem
Parece que ta toda errada, mas no final se souber qual é teu trilho
... Sempre se chega.

Você é então, minha estação.
E é também um pouco de linha de hífen
Que liga eu até você.
Que dá mais nó na minha garganta
Nó cego nos meus olhos,
E nos traços finos do seu rosto
No fio do seu cabelo...
Você é meu nó
Eu sou o seu...

E gente liga os pontos das estrelas
Fazendo desenho de inventar o que quiser.

Contanto que não seja só contorno, entende?
Linha às vezes é superfície demais, só pele e limite...
Linha nossa tem que ser profunda.
Diz menina, que linha tem seu coração?

Minha linha ninguém traça
Ninguém escreve e nem ultrapassa
Minha linha é regra pra ser quebrada
Quebrando a linha com imaginação.

Às vezes minha linha reta, entorta.
Minha linha torta, acerta.
Culpa sua,
A minha linha é problema, dilema.
Risco minha linha que vira letra,
Letra minha que vira poema.

Na Areia, Na Calçada, Na Varanda.

Algo mudou em mim, você transformou essa estrada no Caminho da Saudade, um pedaço do meu coração fica lá atrás mas meu sorriso me acompanha. Foi de repente assim, você me namora como se fosse sempre e como se fosse novo. Simples... Sorrir em silêncio beirando a água, um carinho no cabelo deitado no seu colo, você me completou numa mistura estranha. Carinho, nem tão louco quanto a paixão, nem tão profundo quanto o amor.. Lembra? A lua refletiu desejo nos nossos beijos, refletiu sua luz no mar, refletiu sua mão na minha e beleza nesse seu olhar... e meu Deus como você olha bonito. O contorno das nuvens fazendo a cena me tirar mais o fôlego, maldita sina dessa vida de amores de uns dias... A areia, a esteira, as garrafas de vinho, e nós dois jogados... de cara com o imenso do céu, com as gargalhadas de nossas coisas vãs, loucuras bestas e carinhos de “quase pra sempre”.

Pode gritar, o mundo inteiro é nosso, pode tudo... você vive meu sonho essa noite, canta minha música preferida, minha música preferida canta você. E você me encanta... Me conta dos seus medos, eu me abro pra você, nunca vi tanta sinceridade. O melhor é que, por mais que não pareça, agente mal se conhece e, por mais que não seja, parece que eu estava te procurando. Engraçado né?

A noite passa, e eu descobri que seu andar é de graça, seu olhar é de carinho, seu sussurro é do meu segredo, seu ouvir é do meu esconderijo. Me rouba e me leva pela mão. De onde vem essa menina? Ela está e é o que importa. Ela é meu agora, de frente pro mar.

E agente tanto conversa que eu até esqueci meu nome, quando bate a fome, me prometeu descongelar uma lasanha, hahahaha que vida estranha. No caminho pra casa eu desfilo sonhos meus e besteiras entre os seus sorrisos, meus planos, minha idéias tomam sua madrugada... e você, me toma a minha vida.
Você me balança só com os olhos, tão linda, tão simples, tão fácil essa nossa madrugada. De um momento pro outro você me dominou e foi naquela calçada no caminho pra casa que eu me encontrei e me perdi pra sempre. Na varanda, agente ri que nem babaca, são cócegas, gargalhadas como se a vida fosse só aqueles poucos metros quadrados. Vai amanhecer, e eu adorei a tua crítica, aceitei seu zelo, ri tua graça, vivi teu viver, engoli seu vazio, viajei no seu rabisco. Eu to indo... mas nessa despedida algo fica. Você me fez tão bem...

Na hora de ir embora eu te abraço de novo, só pra ter certeza de que nosso abraço se encaixa bem mesmo. E olha só, eu tava certo. Te deixei na varanda e quase não te largo, mas eu aprendi com você a fazer algumas coisas diferente... Um pedaço do meu coração fica e meu sorriso me acompanha. O seu sorriso me acompanha, o sol nasce, eu estou indo embora... mas só vejo você.

terça-feira, maio 01, 2007

Gerúndio

Ela é meu agora, não há nada de nós que está lá fora, é aqui dentro vivendo aqui do meu lado. Nesse minuto correndo, ela não tem antes nem depois. É ousadia viva, minha hora. Ela é meu agora. Surpresa acontecendo, roubando meu momento e meus olhares mais secretos. Um hoje que chegou e eu não quero que passe à toa, Um amanhã que na boa eu não quero que chegue. Afinal quantas certezas serão senão ela? Ela diz que me adora, nesse nem fim nem começo que me toma por inteiro. Sem querer ela virou tudo o que eu quis, meu instante de inconseqüência. Cada minuto é um minuto, nem um minuto porvir, nem um por passar. Ela chegou como uma coisa boa, e é meu agora... com o gostinho de que acabou de chegar, e não precisa ir embora.

Que nem achar uma nota no chão.
Que nem ver estrela cadente.
Que nem roubar um beijo.
Que nem chuva de verão.
Que nem ouvir uma piada boa.
Que nem reencontrar um velho amigo.
Que nem ganhar aquilo que queria...

Ela está, ela acontece
Ela está acontecendo
Ela é um presente...
É meu Gerúndio...