sexta-feira, agosto 28, 2009

A Dor de Hoje.

Escuto o que há de mais venenoso, corrosivo. Parece que eu comi uma pilha, igual àquele maluquinho do Polegar, meu estômago está ácido, irritado, morrendo de raiva. Provavelmente tem seus motivos... Cansei das mesmas coisas, mesmos dias, outros números, outros nomes cheios de coisas desinteressantes. Sinto dor. Se aparecesse a pessoa certa, eu poderia quebrar minha mão na cara dela. Dele, na verdade. Sabe quando até o instinto se vai, e o ódio cobre tudo, é tão grande que acaba com a autopreservação e só se pensa no melhor modo de destruir alguém, pois é. Me sinto assim.

Essa é minha dor de hoje, não a de amanhã.


Ah! agora eu também to postando no Esgotamento

Texto sobre a Paz e a Dor

Acho que a gente não nasceu pra ter paz.
Hoje eu acordei mal mesmo, desesperado com o meu mal estar, com a gastrite, minha mãe reclamando das mesmas coisas do trabalho, contando coisas que eu realmente não tava interessado, a seleção de músicas do celular tavam horríveis, e eu vim no trem pro trabalho inteiro em pé. Geralmente eu sento no chão mesmo e foda-se, mas nem isso deu.
Enfim, no caminho a pé pro trabalho eu decidi parar. Do nada. Olhei um carro passando, reparei no sol, o tiozinho passando com mó dificuldade pela rua. Eu, parado. Deu uma puta sensação de que algo tava completamente errado. Não era pra ser assim, foi um vazio misturado com a vontade de chegar, missão sem cumprir... Não sei o que era.
Mas cheguei conversando com os caras da agência falando sobre isso e descobri que é praticamente impossível parar no meio do caminho.
As pessoas não agendam “ter paz”. Então a gente só vai conseguir conquistar isso se conseguir quebrar o nosso caminho... É como se o rodar fosse maior que a vontade da roda.
Aí as coisas melhoraram, não só porque eu consegui me distrair com outro assunto que não a minha dor, mas percebi que se nós não somos feitos para parar, então continuar é o melhor remédio.

O próximo texto vai ser o que eu escrevi no caminho antes de "conseguir" parar.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Sobre o fim.

As coisas perfeitas
Só são perfeitas
Porque
Elas
Acabam.

quarta-feira, agosto 26, 2009

O Ralo e o Chuveiro.

Viver é um ralo. A gravidade é a essência do todo. Todas as coisas caem, tudo se perde. Os risos, os panos, os livros, os ônibus, canções - todas elas se gastam. Se perdem num buraco no meio da sala. É preciso que caiam, haveriam muitas coisas para usar, para amar, para sentir o cheio. Enquanto observo como criança tudo escapando com a água pelos buracos pequenos na plaquinha de metal, vejo os fiapos, as notas, as letras, as unidades caídas se amontoando.
"Era hora de ir embora". Todos têm uma hora.
Mas se todos se vão, em algum lugar chegam. Fico imaginando elas, algumas se prendem no esgoto, outras são jogadas ao mar para as barbatanas e corais, outras logo evaporam, umas voam pro resto da vida nas asas de quem as mereça. Partes viram nuvem e chovem no seu telhado, na sua roupa, na sua vida, e viram o seu sorriso.

A chuva já foi água de rua.

terça-feira, agosto 25, 2009

Corpo e Alma e Corpo e Alma.

Eu não quero estar só no seu coração.

Ela não segura mais as flores.

Eles são iguaizinhos, ela e o vaso.
Lindos e quebrados.

segunda-feira, agosto 24, 2009

Vista linda.

Perdi a pressa de viver, não carece. Ando devagar e é certeza que eu vou chegar. Assim os ventos me ventam mais antes de chegar, as árvores balançam mais e meus passos valem mais a pena. E as pessoas me verão mais pelo caminho e eu verei mais o caminho das pessoas. Minha inspiração e minha expiração fazem sentido, são atos pensados, é uma sensação além. Além da palavra.

Nem sei como dizer, mas é que... eu estou vivo. Eu estou tão vivo.

Mais pássaros, mais ônibus. Mais do mesmo, mais do novo. Cada passo meu será uma mensagem a todos que dão tantos passos, que afinal, não dão passo algum.
O tempo é rei, não me esqueço, mas o passo é lei. Lei de liberdade dos homens, lei de prisão. Na verdade, a liberdade é o espaço entre um passo e outro, é meu quase voar e eu curto a vista linda. É meu quase voar e eu... Vivo bem devagar. Vivo bem... devagar.


Quanto mais acelero, mais eu tenho que frear.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Uma Linha

A nossa história só tem uma linha, mas eu prefiro a chamar de verso. Porque o que ela tem de curta... tem de poesia.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Religião

Fé demais
Fede mais.

Meu nome é Jonas Nightingale.

terça-feira, agosto 18, 2009

Drummondiando

Um lírio lírico nasceu do asfalto.

Dêlírios, Yuri.

sábado, agosto 15, 2009

Poema Concretista.

Concreto, travados os destroços por dentro.
Atropelamento, trânsito, drama, tropeço da trama.
Os crentes criam escrevem desastres. Alegria em preto e branco.
Estreito|
Triunfos são pragas, trincheiras cinematográficas. Créditos à pressão.
Preciso. Pressa, pressa, pressa.
Trovão.
No prato, o transparente. Transparentes: grandes e brilhantes e prediletos, entrelaçados, crus.
Primeiro do próximo, transporte, catraca. Comprimidos e atrasados.
Prodígios cruciais nos prédios trincados.
Outros presos bravos incontroláveis.
Críticos tristes aos trapos. Projetos que sobram atrizes.
Presentes em segredo, gravado em traços profundos, as promessas.
Procura trabalho, preço, trabalho, preço. Lucro? Troco...
Pros ventres de vidro:
- Palavras proibidas são gravidade,
- Palavras proibidas são gravidade.

Cidade

sexta-feira, agosto 14, 2009

Deixa eu explicar.

Paixão é a desexplicação.

Fôlego

A saudade é uma maratona.

terça-feira, agosto 11, 2009

Mu ro

Tudo é feito de metades.

segunda-feira, agosto 10, 2009

O Lado Vencedor

Estou no meio de um protesto. No meio. Aquela dinâmica toda é incrível. Nas ruas devastadas, o fogo, os cacos, os caídos no chão, as depredações todas, os combatentes todos, são eu. Sou eu. Com um pano no rosto, com escudo e capacete. Ergo minha bandeira, como em uma guerra. Um só brasão - só. Os dois lados, os canhões, o metal distorcido, o sangue distorcido são meus. O terno de vidro, as idéias feitas de areia, em luta. "Estamos em tempos de revolução, senhores." Eu era entre quatro paredes, agora sou entre esse labirinto. Briga suja e desleal, sem regras, arremessando pedras e todos os projéteis possíveis, bombas de efeito moral no ar. É um assalto. A tropa de choque segue o coração e o ombro do irmão de farda ao lado, os rebeldes jogam molotov e tem do seu lado a fúria, a coragem, a paixão. Batedores, guerrilheiros, militares, camicases. Uma batalha longe de terminar. Nas notícias, nas salas de jantar, na rua com armas na mão, no choro das viúvas, na leveza das crianças que não entendem. Esse sou eu.
Toda guerra tem seus sacrifícios e nesse aspecto nunca - nunca - há vencedores.



Desescrevendo:
Dentro de mim, guerras demais e poucas bandeiras.

sexta-feira, agosto 07, 2009

É.

Não vou mais dizer não.

quinta-feira, agosto 06, 2009

A Força do Pensamento (ou A Crítica aos Braços e Pernas).

Queria pensar as coisas todas.
Todos os pensamentos que havia no mundo naquele momento. Queria abrir a cabeça e que lá entrasse tudo o que mais coubesse. Os desequilíbrios e a iluminação das coisas da mente - um gênio. Queria que não houvesse uma coisa pensável que lhe fugisse da memória. A maior memória do mundo. Ele só desejava ser brilhante e que os olhares reluzissem como diamante com suas palavras, suas idéias únicas, ultrajantes, revolucionárias...
Rangeu os dentes, forçou os olhos, tentou um mantra até se cansar, brincou de nirvana, mas nada. Na-da. Continuou sendo o que sempre foi: menino de contáveis realizações e incontáveis sonhos.


Sonhos são feitos de nuvens, realizações são feitas de pedra.

quarta-feira, agosto 05, 2009

AmoR.

Não me peça pra ficar, tantas coisas ficam, mas eu não posso. O amor está no vento e todos sabem que ventos mudam. É preciso seguir. A vida só é doce se você provar. Senão de que adianta tanto aviãozinho de papel, tanto aroma, tantos fogos de artifício a plainar. Cabelos e chuvas e sentimentos e serpentinas. Curta. É preciso inspirar até onde o pulmão agüenta, inspirar ele todo, até a garganta arder um pouco e o nariz gelar por dentro. É preciso segurar o amor no fôlego, pra curtir o quanto puder... porque amores escapam. É preciso dar espaço, claro, pra que ele se vá. Porque se os amores não vão e vem e a gente não respirar, que se vai somos nós.


Os muros se fazem de muros. E caem.

terça-feira, agosto 04, 2009

segunda-feira, agosto 03, 2009

Uma Tela Tem Mil Formatos.

Desenhar é leveza,/ Escrever é pressão.