quinta-feira, abril 26, 2007

A Sorte de um Adeus

A Sorte de um Adeus Não há promessa, eu não vou ficar de qualquer jeito. Adeus e não me chame... eu nunca vou olhar pra trás. Eu to sempre partindo, entenda. Não é que ficar não valha a pena, mas o tempo é uma navalha que ninguém consegue segurar, que te corta e você nem percebe, o mundo conspira minha ida e eu nunca venço. Então se eu não me virar é por carinho a tudo o que já existiu e a toda nossa invenção. Se puder, por favor, quando for a hora, me vire suas costas também e siga o quando der pra frente, parta de mim... não deixe que seja eu, não deixe que não seja você. Se puder, por favor, me perdoe. Mas me perdoe sabendo que é melhor um adeus virar a graça de um até logo, do que um até logo virar o gosto amargo de um adeus... um adeus que não se deu. Tem sido assim, partindo da vida antes que ela me parta em pedaços. Partindo pra ela antes que ela consiga partir de mim. Eu to sempre me despedindo das coisas, quer queira, quer não. Minha despedida é inevitável. Há 18 anos e pouco me despedi da minha pureza, tinha sido minha primeira vez... Eu chorei e com razão: eu nunca mais ia conseguir parar. Me despedido do colo, da minha bondade, da vida fácil e da minha lancheira. Me despedi da minha fé e do meu uniforme da escola. Me despedido do apego a minha mãe e depois do afeto dela por mim. Me despedi de muitas vontades que outras vieram preencher. Vieram as dúvidas das quais me despedi muitas vezes , elas sempre vêm e sempre vão, assim como a sorte, a dor, a raiva e a alegria. Sempre um "olá" sempre um "até logo". Minha vida virou um eterno adeus, últimos olhares, últimas palavras, pessoas que eu achei que iam estar lá sempre comigo e lá estava eu... indo embora de novo, ou pior, elas indo embora de mim. Eu aprendi a ver algumas coisas passarem contra minha vontade, aprendi a lutar e ganhar, aprendi com tudo o que perdi, que sempre me saiu cedo ou tarde demais, sem previsão alguma sobre a volta. Mas veja, minha mensagem é aqui de carinho. Meu último abraço é forte, a despedida é uma sorte que não se menospreza. Às vezes a vida te rouba só, tanto já perdi sem poder dizer o que quer que fosse. A vida me roubou um irmão, a vida meu roubou um amor incontável. Senti uma dor impossível, um desespero inteiro, meu coração incompleto... dele eu nunca me despedi, eu nunca pude lembrar-lo quanto meu amor estava lá... acompanhando-o onde quer que fosse. Então entenda meu apelo, algumas partidas são pra sempre... Antônio, me partiu. E eu sou só uma parte. Ame meu adeus, e esse último abraço, ame sua vida e deixe que as pessoas saibam disso, deixe que as pessoas saibam o quanto você se importa, dedique se nisso de coração. Entenda a sorte que é a simples oportunidade... Minha vida está nessa despedida, trate a com carinho. Um beijo,

Adeus.

segunda-feira, abril 23, 2007

A Arma da Vida.

Mãos no gatilho. Estou condenando o errado com palavras incertas, seguindo os caminhos certos sem ligar pras setas, que podem estar bem mais piradas que nós, certo? Em mira todo tédio, todo dia sem graça, toda qualidade falsa, toda pessoa sem voz. Em punho nossa arma mais letal, po-e-si-a, contra todo vestígio de afasia. O tambor está carregado de esperança ira e idéias.
Se pros outros é difícil assim lidar com tanta diferença, isso agente tira de letra, e com essa letra monta poema, faz prosa, mistura mesmo, pinta um filme de cinema. Mais difícil é notar as pessoas consumidas pela indiferença do prazer da vida. Vinda e ida com tão pouco gosto.
Se Deus me deu a ironia, foi pra que eu pudesse colorir todo meu cinismo.
Se Deus me deu a poesia foi pra eu romantizar toda minha ironia.
Se Deus me deu a força foi pra que eu a escrevesse na poesia.
Se Deus me deu a os olhos foi porque eu devia ter força.
Se Deus escreveu o mundo, porque não daria olhos.
Se deus deu sede porque não beber o mundo?
Se Deus quisesse que eu bebesse sozinho porque me daria a sede?
Se Deus fosse o que seria da minha ironia se eu ficasse sozinho?
Afina, se Deus me deu a ironia foi pra que eu pudesse colorir... com elegância.

Dedicado a todos os poetas da cidade, e alguns amigos em particular.

sábado, abril 21, 2007

Você e Meu Juízo

Não sei onde perdi meu juízo, não lembro quando você chegou. Eu sei que às vezes eu falo mais do que devia, sou confiante demais. Mas por mais errado que eu seja foi você me virou do avesso de vez. Perdi a cabeça, perdi minha carteira de motorista, to dirigindo e não sei pra onde. Perdi meu rg, to inacabado, desconstruído, perdi a hora. Não tenho mais medidas, consciência, maldade. Sou um agora simples, de uma essência complexa. Me despedaça, sou o um pouco do que quer que você me faça. Sou chuva de granizo, sou uma calma em tempo de desprezo. Sou um recomeço do que não acabou. Entende? Culpa da sua contradição, e seu cheiro bom. Seu jeito imperfeito de me conquistar, seu sorriso bonito de despertar meu incompleto. Sou uma mistura do medo de cair com a vontade de voar, sou explícito. Uma vontade de te abraçar e de te deixar só. Vontade de te fazer perder linha e virar um nó em você. Vontade de acabar com o teu tédio, sua certeza, seu controle. Vontade de te abandonar. Tudo tão intenso que eu nem entendo. Sou só um sorriso vivendo confusão, indecisão. Sou saudade correndo dentro do peito, e uma loucura que não se controla. Eu to perdido acredite ou não. Não é só porque eu olho certo pro lado que eu to seguindo é porque eu sei pra onde to indo. Meu mundo virou o inesperado, eu não sei onde perdi o meu juízo. Não me lembro. Não me lembro quando você chegou, mas por favor... não vá embora.

O Poder do Silêncio

Abaixa o som, abaixa até você se ouvir. Ta se ouvindo? O que você se diria? Um dia quando você era pequeno te levaram o silêncio, e a partir daí não era mais suas as melhores palavras que você poderia dizer. Um ruído existe todo dia, e você nem nota... estão todos surdos de si, mas ninguém está em silêncio, o mundo nunca fica quieto. O poder do silêncio é poder de clareza. Atento aos seus pensamentos, seus sentires, seu conhecer de verdade.

Quem riscou a linha do horizonte? Não sei. Mas quem o fez e pôs longe o bastante pra que não pudesse ser ouvido esse alguém sabia o que estava fazendo. Porque agente sempre busca a plenitude de um horizonte presente, uma alcançar impossível, um desacordo entre o sonho e a luta. E não importa quantos passos...

Consegue se ouvir? Tua voz mais bela... Se ela só vive no silêncio, quase em segredo, e esse é em plenitude paz, então pra ter paz é preciso se ouvir.

A inquietude aqui dentro faz todo dia eu manter os olhos longe imaginando uma paz que nunca vai ser minha. Que sempre vai ser linha de horizonte.... longe.

quarta-feira, abril 18, 2007

Como Assim?

Como se a vida fosse um enigma, eu procurei explicação pros meus sentimentos. Como se pudesse traduzir minha alegria, minha solidão... Como se fizesse sentido, eu procurei alguém que me ensinasse, equacionasse, equalizasse meu coração. Pra que eu soasse são, porque só assim são todos. Pra que eu soasse contente com as respostas das minhas perguntas descontentes.
As palavras escorrem na tinha minha questão, uma não-solução pros meus problemas. Começa a chover e isso me abala, o que é que tem nessa água? O que é que tem nessa felicidade que ela nunca me preenche e fica? O que é que tem nessa menina que ela me consome? O que é que tem minhas memórias que elas me prendem? Como se o mundo fosse um labirinto eu procurei um norte. Com a morte como uma estrada e a acomodação um atalho, eu decidi procurar explicações em dicionários, enciclopédias, sites de busca. Como se a simplicidade da dúvida satisfizesse qualquer sentimento. Como se entender o vazio o fizesse sumir...

Como se o amor fosse feito de palavras.

...Ela Não Me Entende

Não me entende. Não me entende, mas me diverte, me faz rir que nem bobo. Nem uma frase minha tem sentido, mas contanto que você continue com seu sorriso eu não faço questão nenhuma de não parecer maluco. Será que você enxerga pelo menos o sentido dos meus olhares? Porque têm sentido meus abraços e isso nenhuma palavra escreve. Eu quero te saber, eu quero te sorrir, quero te acreditar... não parece coeso? É... Meu único compromisso é ter concordância, do seu carinho com o meu, o meu carinho com o seu. Você faz cócegas na minha cabeça toda noite, fico pensando o que te dizer, pra que você não me entenda de um jeito que te traga pra mais perto. Você me dá um beliscão no coração, fico pensando o que fazer pra deixar mais claro... e nunca tenho certeza. Como eu posso explicar... te ver é ter uma falha no tempo, uns segundos ausentes, falta o fôlego. Eu só quero te tirar pra dançar comigo, eu só quero te tirar daqui, te mostrar que por hoje... por hoje eu gosto muito de você e mais um pouco... mais um pouco você me deixa apaixonado. Entende?
... Ela não me entende.

sábado, abril 14, 2007

Meu Verbo

Me respira, seu cheiro.
Me dança, seu passo.
Me mostra, seu rosto.
Me perde, sua dúvida.
Me encontra, sua solução.
Me esquece, sua memória.
Me prova, seu gosto.
Me canta, sua voz.
Me prende, sua segurança.
Me balança, seu olhar.
Me venta, seu suspirar.
Me amanhece, sua chegada.
Me ausenta, seu silêncio.
Me enlouquece, seu vestido.
Me guarda, sua chuva.
Me abraça, seu beijo.
Me parte, seu partir.
Me beija, seu abraço.

Meu verbo, você.

sexta-feira, abril 13, 2007

Minha Voz é Letra.

Comigo mesmo
Fala a cabeça a esmo,
Fala o peito adentro,
Fala pés pra frente,
Fala sorriso ausente.
Falo bonito, ousado.
Se não o fizesse qual o sentido?
De falar os dedos na página,
De falar no ouvido, mágica.

Sem adorno na forma,
Meu silêncio se conforma,
E eu tenho voz...

domingo, abril 08, 2007

Eu, hífen de mim.

Se eu vou pra além, vou mar.
Se eu vou arranhar, vou céu.
Se eu banho, eu Maria.
Se eu bato, eu bola, eu boca, eu papo.
Eu nunca sei de que lado eu to.

Se for bem, te vi porque é assim... me quer que eu sei.
Se for bom, dia!
For boa, é noite, tarde... hahaha madrugada.
Contanto que me seja suficiente.

Se eu vou botar, vou fora.
Se vou guardar, vou chuva.
Posso civil, posso louça, posso noturno
Contanto que seja composto.

Pára tudo, choques, lamas, quedas,
Com o meu pé, de moleque, de valsa
Porque se tem porta, minha voz
É pra dizer que se nasci sem algo, foi vergonha
Porque sempre tudo vira na minha vida, minha lata,
Minha quebra, minha cabeça.

É disso que sou feito, um monte ações
Que me separam de mim, com hífen ou não,
Com minhas contradições de menino.

quinta-feira, abril 05, 2007

O Buraco da Minha Tolice

Desencana, é tolice minha. Eu não estou incompleto, incompleto eu seria se não tivesse um vazio. Se eu te incomodo essa noite, te falando esse monte de coisas absurdas é por que eu tenho muito o que tentar, tenho tantas outras a não conseguir. Porque se eu tenho uma certeza nesse mundo é que o vazio pertence. Como se agente lutasse a vida inteira pra buscar um buraco dentro de si, ou o contrário... eu não sei. As pessoas das quais falo são pessoas com a cabeça no lugar, e o coração longe... longe de estar a salvo. Porque afinal, quem quer ser salvo aqui? As pessoas querem perigo, as pessoas querem o seu não-continuar. Assim: se você só continua, as coisas perdem a graça, se você continua não-continuando você provavelmente vai ta mudando algo, como se sua rotina fosse um quebra cabeça, e claro... sem uma peça. Porque se toda peça estiver certinha e você acabar de montar o quadro da sua vida, sua missão está cumprida e você não tem porque viver. Imagina, teu quadro do teu quebra cabeça com aquela peça que ninguém acha, é uma porta... pra que você possa imaginar as cores do que te falta, que mudança pode existir ali. Existem claro as pessoas que não se incomodam com a estagnação, pra mim aceitar o fim é pior que a morte. Viver morto sempre vai ser muito pior do que morrer vivendo. Claro que todo mundo morre vivendo, mas a vida que eu to falando é a vida intensa, do jeito que deve ser. Por isso eu me descontinuo, me desencontro... não é um modo de fugir, pra fugir não é preciso coragem, mas sim um modo de tentar achar, eu perdido no meio do meu buraco. Ou ainda achar um buraco perdido no meio de mim, pra que eu possa assim ser feliz, incompleto e cheio do que viver. Talvez seja só criatividade minha, mas criatividade é pincel e tinta, pra eu poder brincar de tirar peça e pintar e ser sempre na essência o mesmo menino que minha mãe levou no parque, e o mesmo menino que minha mãe diz: “esse não tem jeito, graças a Deus.”. Porque afinal nenhuma peça existe sem amor, amor de mãe, amor de menina. Amor é uma parede pra pendurar seu quadro. Um espaço pra caber sua vida e pregar uma história.

terça-feira, abril 03, 2007

Que nem criança.

Você me faz ficar estranho. Me faz pensar em coisas maiores que minha cabeça... faz com que eu esqueça e fale coisas sentido, outras coisas que eu não deveria. Você me faz ser sincero, sincero demais não acha? Faz com que eu pire muito além de qualquer exagero, faz alegria, me deixa bobo. Me faz sentir vergonha, faço coisas que eu não entendo e a culpa é sua. Você deixa minha alma tonta. Você fez uma bagunça no meu coração. E me faz falta. Palavras saltam da minha boca e eu me sinto um idiota. Sou um livre perdido, menino desentendido... que pede pra ficar e faz birra, chantageia, finge que chora. Que nem criança... Você na minha vida é um embaraço, que nem esse do meu cadarço... que eu nunca aprendi a dar nó. Só você pra me dar um nó, e eu não quero sair. Eu não quero sair. Você me fez dançar sozinho e eu nunca danço... vê? Você me desconcerta, me desacerta... e eu amo ser errado assim perto de você.

segunda-feira, abril 02, 2007

Bijuteria Barata

As ruas sem você, são só ruas. São passos calados e faixas sem graça. Sem você o que seria das janelas? Elas já não me mostrariam as cores de horizontes lá fora. Talvez fossem só placas de vidro, pra embaçar no inverno, sem imagem, sem juízo, sem valor. As tardes sem você são só tardes. Dia-a-dia sem nenhuma confusão, rotina de carros passando, os cigarros queimando, passos passando... fumaça e mais nada. É tempo agüentando em silêncio. A lua sem você, é só a lua. Uma esmola vagabunda. Bijuteria barata feita no relaxo. Um monte de terra que voa e me incomoda toda noite. Toda noite é só sinal que já passou da hora. Ta tarde pra fazer o dia valer a pena. A vida sem embaraço, só um nó na garganta, sem seu sorriso desconcertante é só água com açúcar. Pra preencher buraco com falta de profundeza, sombra com falta de sol. Madrugadas feitas só de madrugadas escrevem sua falta. Insensíveis, de prédios, metrô. Frio que entorpece sem poesia, freio, só desalento. Não há nada que me convença, que o caminho sem teu desalinho não seja um atalho errado, um desvio certo pra longe. Um vazio de tudo, quase branco. Cheio de um monte de nada.

Sua Página, Minha Tinta Guache.

A vida é uma história que se escreve a caneta. Às vezes vida é folha sem linha, de desenhar em entrelinhas e apagar o branco do papel. No papel às vezes agente vê poesia escrita que ninguém escreveu, só pra marcar no branco uma linha que ninguém fez, mas deixar claro que tudo ficou bem mais bonito. E que seja assim, que agente romantize certo por linhas tortas, ou mesmo que agente entorte romanticamente toda linha pra que o mundo dê certo, e que agente possa colorir nossa passagem aqui com cores de infinito. A vida é letra que nenhuma rasura conserta. Então cuidado ao soletrar teu descaso com o vocabulário por aí, porque às vezes durante uns pedaços da vida, palavras é tudo que você tem. É tudo o que você pode deixar.

Se Eu Sou Assim

Se eu sou leviano, é porque a vida é leve e ninguém notou. Porque eu dei um passo que ninguém ousaria. Mas deveria... Se eu sou vagabundo, é porque o mundo é um bordel. E todas as mães são putas e todos os filhos bastardos. Se eu sou vagabundo, vê? É porque a vida é vazia o suficiente pra que eu me dê o luxo da minha ausência. Se eu sou cafageste, é porque as pessoas não sabem o que dizem, não sabem do que vivem mas eu sei. Todo dia o desejo te levanta e te faz deitar. A única diferença é que meu desejo, é de desejar. Minha paixão é por apaixonar. Meu amor é por amar. Se eu sou repetitivo, é porque todo dia você nota tuas manias mas reflete tua frustação em mim, que não sabe usar o vocabulário. Se eu sou um perdido, é porque você não sabe o que é direção, não faz idéia da diferença entre seguir, e ser induzido. Se eu sou evasivo, é porque eu sei exatamente o que não deveria estar fazendo e, claro, sou cínico pra caramba.

Mais Longe do Chão

Faz tempo que o tempo já não passa do mesmo jeito. Eu cresci, o chão ta mais distante da minha cabeça, talvez o céu um pouco mais perto de mim. Mas mesmo assim eu não poderia dizer com toda certeza que eu estou grande, ou maduro o suficiente. Tantas noites, as mesmas incertezas, os mesmo dilemas. De repente eu sou de novo o mesmo menino loirinho, que ria de qualquer besteira, que tinha medo de jacaré e gostava de comer caquinha do nariz. Ou ainda um garoto com espinhas na testa, cheio de paixões impossíveis e sonhos de carros e casamento. Tantos dias e ainda minhas alegrias estão escondidas nas chuvas, na rua, nas rimas. O tempo brinca comigo de pega-pega, esconde-esconde e eu sempre to perdendo, ele ta sempre me escorrendo pelos dedos, e às vezes sinceramente fico bravo, quase desisto de jogar. Quanto mais velho eu fico mais eu sinto saudade. Mais eu vivo um passado bem mais bonito.Desde de pequeno eu aprendi que devia crescer e ter maturidade pra lidar com os meus excessos, meus desesperos. Mas se é nesses momentos que eu tenho presente em mim toda a sinceridade que posso, porque, se a maturidade é algo tão bom, o caminho que me faria tão maduro soa tão falso? Eu nunca aprendi a lidar com meus sentimentos e, pra dar um nó na minha cabeça grande, eu não aprendi a mentir assim. Será que um dia eu ainda consigo? Eu sempre fui sincero e irresponsável, mas estou bem. Será que um dia eu consigo? Porque meu pai chora, e minha mãe também, eles ficam loucos de raiva e resmungam quando dormem, tudo isso... escondido. Então quem ta mais certo? O que é menos errado? Esse possa parecer um texto super infantil mas a verdade é seguinte: ninguém está pronto o suficiente pra ser tão adulto quanto pretende.

Vestido Verde

Eu invento você em um vestido verde, não sei porque toda minha lembrança sua tem uma cor verde de esperança. Se não é você é o mar, se não é o mar são as montanhas lá atrás, uma pássarinha beija-flor, diferentes tons pra escrever você em mim. Você voou pra longe, foi um golpe pra minha verdade e pros meus sonhos, mas mesmo assim, você nunca vai estar tão longe de mim, o mundo nunca vai ser maior do que meu carinho por você. Sempre vai ter um pouco do seu sorriso no meu silêncio, um pouco daquele canto que ninguém via, de conversas infinitas de besteiras, de sentimentos... na minha memória. sempre... você pra mim já é pra sempre. Você pode até acreditar em destino e me dizer que era assim que devia acontecer. Mas lembra? Agente não podia estar tão errado, seu sorriso encaixava na minha graça, seu beijo encaixava no meu, agente se encaixava fácil assim. Fácil como manhãs de domingo. Seu beijo foi semente abandonada, que a natureza tomou conta, tempos e meses e hoje eu sou fruto dessa inconsequência. Uma linda inconsequência. São milhares de quilometros lá fora, são milhas de saudade aqui dentro. Mas você nunca vai estar tão longe de mim. E eu vou te lembrar quando você menos querer, quando as estrelas te encomodarem, a madrugada não te deixar dormir serei eu invadindo a sua cabeça. Em todo seu esquecimento vai ter um vazio de mim, em todo seu recordar vai ter a falta que eu faço. Dia-a-dia, minhas semanas, conto os anos em segredo, dedicando textos pra você sem querer. Quando eu acho que estou pensando em outra coisa, é você a menina das minhas letras. É você, vestida de verde... que era de esperança. Agora é tão saudade...