quinta-feira, junho 28, 2007

Madrugadas e Janelas de Quase Amor.

Não faz assim comigo, você sabe como eu fico quando a noite passa... enquanto o dia não é dia ainda. Nessa quase noite quase manhã, eu fico vulnerável. Então não se declare assim, não diga essas palavras desse jeito... desse jeito seu de dizer as palavras. Elas escrevem contornos na minha parede, desenha uma janela minha, quase nossa, e eu olho pra fora e te imagino. Porque se agente nunca teve porta eu invento uma outra saída, se o que agente foi não tem um nome, eu invento um sentimento novo, algo que você nunca provou. Mas a distancia é real e nisso eu só posso enganar do jeito que posso. Invade em mim uma vaga idéia, uma ponta de inspiração, uma faísca de viagem. Relembro do inexplicável, em vez de negar. Lembro de nós e aproveito cada pedaço do que guarda minha memória. E é nessa minha imaginação, que você tá mais perto. São milhas eu sei... Só que da janela te desejo uma janela também, que é do outro lado da rua, e que nela você possa ver o clima que deseja, ruas, pássaros, gente engraçada, e que você me veja, olhando pra fora, perdido. Da janela, eu sonho você, da janela tenho mais passos pra perto, de um ponto que imagino... que eu imagino ser o seu. A janela me traga como cigarro e me sopra, a fumaça tá na minha cabeça só e ela tem seu rosto. Me sopra pra que o vento me carregue, me enrole numa nuvem, me chova... e eu floresça na frente da tua casa. Quando eu me lembro... eu ainda estou aqui. Minha janela vira um abismo e a distância invisível que separa agente vira um século, um ausente completo. No fim, prosas não mudam nada, só reacendem brasa velha, pra fazer luz no peito e acabar com o tempo. No fim, eu só quero que você saiba que é quase amor mesmo, mesmo que isso acabe comigo toda hora... é quase amor o que vejo nessa minha janela.

quarta-feira, junho 27, 2007

Clichê

Te vejo vir,
Eu posso virar as costas
E abraçar meu mundo só,
Mas eu fico, Nem sei se devo
Não te sigo. Não temo,
Eu só espero...
Espero...

Você acaba de subir a rua
Sua luz ofuscando a lua.

Versos surgem atráves de minha mente
Que mente e remente.
E eu rimo clichê com (ou sem) você,
Rimo até bela com você.
Brinco com as palavras na minha cabeça,
Brinco com seu cabelo na minha mão,
Brinco de conquistar seu coração.

Você brinca de acreditar,
E nós brincamos até o mundo acabar
O nosso joguinho de 'amar'.

Rimo clichê comigo. E sigo...
Ao seu lado até uma outra rua, e outra.
E outra vez voce me olha fundo
Pedindo pra não ir jamais.
Legal o jogo que agente faz.

Eu brinco de acreditar,
E nós brincamos até o mundo acabar
O nosso joguinho de 'amar'.

Fascinado. Não só com os olhos teus
Mas com o sentimento que sinto.
Com o pleonasmo que não importa
Como tudo a sua volta.

Rimo clichê com todo o poema .

Eu te abraço,
Digo adeus,
Digo talvez,
Digo que sentirei sua falta,
E você repete o que eu disse.

Nós brincamos de acreditar
E brincaríamos até o mundo acabar
Perante nossos pés.

Nós juramos não olhar pra trás (e rimamos clichê)
E eu minto.
Minto sem pecado,
Minto com paixão
...Ou não.

Então eu vejo você abraçada,
E eu calado.
Enquanto desces mais uma rua
Com mais um desconhecido do lado.

segunda-feira, junho 25, 2007

Ah! Essa minha Sinceridade Bêbada...

Ah! Essa minha sinceridade bêbada... Te olho fundo nos olhos, mas não tenho certeza. Não tenho certeza de nada, nem certeza se eu te olho para eles mesmo ou se escapo sem querer pro seu colo. Mas eu faço força, me concentro o quanto posso e tento te conquistar com um sorriso bobo, quase idiota, quase tímido. Você fala alguma coisa, uma história longa, algo que eu acho que nem gostoe confirmo com a cabeça... eu to viajando, te falo: "legal, nossa, jura!?" mas to pensando em coisas que esqueci de fazer, ou se existem macacos brancos iguais aos daquele filme velho pra caramba, penso no cabelo engraçado das mulheres que atuavam nele, "nossa qual é o nome desse filme mesmo!?". Aí você me interrompe: "Ei Yuri, você tá me ouvindo?!" Aí eu tento te conquistar de novo com aquele sorriso bobo e respondo fácil: "Nossa, você fica mais linda mesmo quando tá nervosa!" Ah! Essa minha sinceridade bêbada... evasiva, inteligente, real e desconcertante. Eu penso como gosto de mim assim, e é verdade você é linda mesmo... E aí quem ri quase idiota, quase tímido é você. E eu sei que é hora, ou acho que sei, mas passo a mão na sua franja e deixo atrás da orelha, cravo a mão na sua nuca, e quase puxo seu cabelo de leve, te beijo com vontade, te beijo com quase amor à esse segundo. Nesse momento eu sei que você tá feliz, quase sorri entre o beijo, me abraça com gosto. Nesse momento eu gosto de você, e adoro sua graça, seu sorriso delicado, digo: "Seu jeito às vezes me fascina". E penso: "Eu sou um idiota..." Ah! Essa minha sinceridade... Te deixo um pouco depois, não quero causar impressão, quero causar delírio... Ou na verdade, verdade mesmo... só quero mais uma cerveja.

Ah!...

domingo, junho 24, 2007

A Medida

Se meus versos tivessem alguma medida e se a medida fosse o meu coração, meu poema teria o seu tamanho, o tamanho da sua casa, e de toda a vista que seus olhos alcançam. E a linha que eu risquei na folha ia ser um absurdo, sinuosa, às vezes reta, às vezes incorreta... Porque a minha paixão por você é imensa... E inconstante.

domingo, junho 17, 2007

Na Festa da Minha Insanidade

Um brinde ao erro das primeiras impressões,
Ao disfarce das segundas intenções,
Um brinde pra começar a viagem de todas invenções.

À folhas de outono

Um brinde às lajes do inconcreto,
À incerteza da beleza do certo,
Um brinde pra perder a timidez do indiscreto.

Ao flerte com a janela.

Um brinde à verdade numa miragem,
Ao centro da margem,
Um brinde das festas de sacanagem.

Ao drama mudo.

Um brinde às pessoas de tato,
À razão de todo abstrato,
Um brinde antes de perder o contato.

Ao embaraço do meu nó.

Um brinde às putaria que se faz no cinema,
Ao ultraje de uma situação amena,
Um brinde pra sina de toda cena.

À manhãs de feira.

Um brinde ao estrondo de uma afasia,
Um brinde antes de amanhecer com asia,
Um brinde pra acabar de rimar numa rima vazia.

quarta-feira, junho 13, 2007

Oração Pra Contradição.

Pro sim das pessoas difíceis,
Pro difícil de viver no certo,
Pro certo de viver no errado,
Pro errado de não viver.

Pro improvável da sorte,
Pra morte dos perdidos,
Pros perdidos nas conseqüências,
Pra ciência do inexato.

Pro exceto dos incluídos,

Pro invernos no deserto,
Pras chuvas no inferno,
Pro verão no polar,
Pro lar dos desabrigados
Pro obrigado dos sem educação.

Pra batida do coração,
Pros corações que batem descaso.
Pro acaso do destino,
Pro destino que não tem limite,
Pro limite da liberdade,
Pra liberdade de não ter opinião,
Pra opinião do alienado,
Pro lado de quem não tem partido,
Pra quem está partindo pra não voltar,
Pro voto pra cima do muro,
Pro muro do preconceito,
Pro conceito de quem se permite,
Pra quem se permite dizer não,
Pra quem não se esquece de dizer sim
Pro sim das pessoas difíceis.

quarta-feira, junho 06, 2007

O Muro do Direito

O errado é o reverso
O certo é... o certo somente.
Mas se a real fosse só o oposto disso,
O que seria da liberdade do meio termo?

Porque o muro é um direito.
Se não fosse,
Meu poder de fazer
Poesias da cor que quero,
Nas linhas que posso
Seria uma prisão de mentiras.

Às vezes linha que posso
É corda bamba de cimas de muro.
Diversão de viajar na de circo.

O mundo me serve de todo.
Do tudo quero o completo.

Já foi o dia
Que eu era um só dos lados,
Só todos os extremos.
Hoje o certo é que eu abri minha cabeça
E perdi a chave...

Agora posso tá sempre certo,
Sempre errado
Porque a verdade é que a verdade
É o inverso de todo certo.
Porque se a verdade é o que te basta,
Basta você saber o que você quer querer.

Mas até pra isso...
O muro é um direito.

domingo, junho 03, 2007

É de Verdade Essa Minha Audácia

Eu nao faço cena, garota, faço sinas. Uma prisão de pensamentos, desejos e pesadelos... tarda a abrir, tarde da noite e eu ali... dançando na sua cabeça. Eu sou por acidente, mas minhas marca é pra sempre. Eu só quero entorpecer sua veia, seus nervos, a cada vazio, a cada instante. Sua não-solução pra todos seus problemas, um infinito renascer do seu vício, cada vez mais forte... mais distante e mais forte. Todo pouco de gosto bom, toda breviedade de momentos perfeitos. Simples por fora, e um exagero no seu peito... florescendo e te apagando por dentro. Um tanto de riso, um tanto de mágoa, o contra-senso entre você e o mundo. O lógico da sua fuga inconstante de mim, e a aurora em silêncio da sua alma, delírio de flores colhidas num terreno baldio, lindas... O segredo que você não consegue segurar na ponta língua. Toda dose de favo e fel.

Não me leve a mal, mas não importa assim você me amar... Me importa você não esquecer, que um dia eu já fui o melhor pra você, por isso tento te acertar a cada palavra. Soa idiota e egoísta, mas vai dizer que você quer me deixar? Deixar meus pensamentos tão cedo... você quer a mim e a todo o resto de mundo, é só uma questão de sinceridade. O quanto você consegue?

sábado, junho 02, 2007

Dona Chuva,

Quanta coisa seca,
Quanta gente prudente,
Quanta coisa acontece,
Quanto olhar carente.

Quanta mulher tão certa,
Quanta mentira,
Quanto homem prepotente,
Quanto amarelo no dente.

Quanta rima besta.

Quanto cinza em tudo,
Quanta coisa ruim,
E solidão,
Quanta solidão.

Cabelos arrumados,
Dias sem festa,
Vontades que passam,
Abafados que não refrescam,
Coisas que não mudam.

Quanta vida ausente,
Experiência que se nega,
Felicidade que não se rega,
Desviar de poças,
Passos e cuidados,
Liberdade que não se toma.

Eu to molhado, é verdade.
Mas quanta coisa boa se perde...
... embaixo do guarda-chuva.

Poema pra Fazer Chover

Hoje eu vou jogar sal no céu, pra fazer chover em você pra cada gota pingar um pouco de lembrança dos dias de romance que já te parecem mentira de tão longe.
Hoje eu vou jogar o céu na sua... cabeça, pra te fazer chover de saudade dos dias de sonho espiral, que já te fizeram tonta. Tão tonta a ponto de ver fogos de artifício onde nem estrelas tinha.
Hoje eu vou me jogar, hoje eu vou jogar você. Vou fazer o impossível. Porque sou insatisfeito de te satisfazer, porque eu sei que afinal é isso mesmo o que pensas em fazer.