quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Esses meninos, meus passarinhos

Esses meninos me fazem ter saudades, saudades do que já fui, saudade de todo um mundo bom. Um mundo de tretas e zoeiras, de absurdos e brincadeiras, um mundo só nosso... onde a finalidade está no meio, e o meio está no estar. Esses meninos me fazem viver e brigar pela vida e amar pela vida. Esses meninos me fazem querer amar pessoas que a gente nem conhece, sabe o quanto isso é grande? Quando o amor já não te cabe, e você precisa espalhar, compartilhar? Como se a felicidade fosse uma bomba que explode lá dentro da gente. Às vezes eu não sei se estou sendo claro e faço sentido pra quem lê esse texto, mas esses meninos me entendem. Me entendem, me sacam, me abraçam quando me sinto só, me deixam só quando isso é tudo o que mais quero, e comemoram comigo a descoberta, a descoberta da vida. É raro ter pessoas assim, e na vida já dei azar de tudo, de jogo, de amor... Mas vocês não fazem idéia de como esses meninos compensam. O revés do revés. Amizade é uma coisa estranha pra muita gente, pra nós ela é... natural. Como se ler os meus olhos, sorrir os meus sorrisos, gargalhar as minhas gargalhadas, abraçar meus abraços não fosse suficiente... Eles ainda são meus irmãos. Esses meninos me sabem e a gente aprende junto, a gente aprende junto. E eu sei cada um deles. E agente não se perde em preconceitos, não se prende em orgulhos, nós somos asa um dos outros. Eu sou asa desses meninos, eles são asa minha e isso pra mim é amizade. Vocês são a minha casa, a família que eu nunca tive, o meu teto e o meu chão. Asa, Que segura vento quando vai pousar, e bate forte quando decola, e ainda faz poesia, poesia que se compartilha, amor que se revela, dor que se divide. No meio de tanta confusão, no meio de tanta gente, no meio de tanta paz e tanto caos, agente prevalece, o nosso amor permanece. E se o tempo muda as coisas, agente muda também, por que agente aprendeu a lidar com o sentimento mais forte do que o paixão e raiva, agente aprendeu no desequilíbrio o equilíbrio de ser amigo, e se o tempo passa, agente prevalece, o nosso amor permanece. Se o tempo passa, eles são eternamente no meu coração... “esses meninos”.

(Com tanto céu pelo mundo, como é que esses passarinhos conseguem formar os seus ninhos? E mesmo tão livres de si mesmos e todo o resto, como eles se bicam tanto? Apesar de tanto vento, de tanto passarinhar, vocês continuam voando no meu peito incansavelmente. E posso dizer com todo crédito, com toda propriedade, com um carinho imenso no rosto e na alma: é muito, MUITO amor, fellas)

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Fragmentado

Envio cartas a endereços aleatórios, com mensagens várias sobre a paz, sobre a dor, sobre a alma, sobre nada. Cartas intensas e separadas, com o máximo que sinto sobre cada sentimento, minha experiência mais forte. Pra ver se alguém se identifica com alguma percepção minha, alguma história do meio dessa confusão que sou eu.
Tá tudo embaralhado e às vezes é difícil dividir, mas nenhum sentimento é puro, certo?! Isso deixa até mais sincero talvez.
Seria impossível colocar tudo numa carta só. Aí talvez não teria quantidade suficiente de linhas, ou tinta nas canetas aqui do escritório. Talvez até fosse possível, mas ao tempo de terminar, já teria mudado tudo de novo. E será que seriam palavras? Ou rabiscos vários, uns desenhos sobre letras, outras anotações infelizes debaixo de frases de carinho. As palavras talvez se sobreporiam e ninguém conseguiria ler nada. Acho que não estou pra ser entendido...
E pra quem eu mandaria afinal?
Idéia idiota...
Melhor me divertir imaginando que alguém vai responder a pelo menos um sentimento, pelo menos alguém, pra pelo menos corresponder, pra pelo menos...

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Carta clara

Eu quis te fazer um poema, que dissesse como você está em mim, e que te mostrasse o quanto isso é difícil de mudar.

Eu queria poder explicar, mas muita coisa é só sinceridade de sentimento e pronto. Tem coisa que transparece mais que a chuva. Tá nos meus olhos, pode ver. Mais que sua pele transparente. Às vezes verdades puras e simples são difíceis de lidar. Mas eu confesso que me cansei de justificativas e só quero só que você exista... Pura e simplesmente e seja sempre essa imensa parte do talvez da minha vida. Que talvez seja o meu sim, mas nunca menos. Tá aí se você quiser ver, explícito, nítido, quase que um brilho à flor da pele, nos meus versos sobre a verdade e minhas desculpas pra te encontrar. Claro como risada de criança. Ah como eu mentiria por você... Mas me diz, vício bom é virtude? Porque se for minha virtude tem seu nome e seu sorriso. Que virtude você tem de sorrir gostoso assim... Se não for, meu vício de você me corrompeu e me definiu. Virou meu defeito, meu modo de ser feliz.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

MiM

Se minha realidade pudesse se retratar num lugar incrívelmente impossível, eu estaria numa nuvem no inferno, ou no fogo dos céus. Como pode ter tanta dor no mesmo peito que tanta felicidade? Ao mesmo tempo, os mesmos meios e erros e acertos com fins alheios. Minha vida se passa, infelizmente. Felizmente, haverá meu passo e de lá verei meu caminho. No meu passado sempre estarão os dois lados da moeda crua e cravada fundo. Minha verdade escrita em cada palavra. Brilhando e manchando minha história, de cores e cores e negro. Ecos de harmonias e microfonias, do bom e do pior, do mais doce e mais azedo. Minha vida é um jogo de dados viciados no jogo do meu fracasso e do meu sucesso. Tanto fracasso, tanto sucesso...
Parece que eu engoli o mundo, e ele me dá azia, e é meu único remédio. Meus braços abertos são cruz e asas. Cruz e asas. De caos em paz, do distante em casa. A minha alma foi atingida em cheio, sou um homem partido.

Partido no meio.

sábado, fevereiro 14, 2009

A única certeza do caminho é o passo

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Telha

A paixão é como uma pedra que se joga. Sai quicando no lago e distorce tudo antes de afundar. Como aquela que você arremessa no teto do seu vizinho, só que o vento é forte e a sujeira sempre cái no seu quintal. Quando chove lá, molha; quando chove aqui, entope o ralo.

Eu poderia escrever esse texto num folheto de igreja

Justo quando todo mundo achou que o amor era um vaso, porcelana, colorido, lindo e frágil, foi que o amor virou uma flor, de margarida. Dos cacos germinou, brilhou, floreou e uma pétala sua no vento forte voou. Voou pra longe e pra perto e pintou a cabeça dos homens doentes do buraco da alma.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

O nado dos braços e o nada da alma

Que vontade de mergulhar profundo, tranquilo. O céu é uma piscina. Eu me jogo sem me preocupar com o fundo, mergulho pra cima pra estragar todas as regras da lógica, da gravidade, do esperado. Uma desordem no meu rumo, uma aleatoriedade interna, um desejo incontrolável. O paraíso é estar imerso, com o silêncio e a dificuldade de abrir os olhos. Afinal ser feliz é não enxergar direito, certo?! A paz mora nesse infinito azul. Nesse infarto de toda dor, eu prendo minha respiração pra ficar o quanto puder, nesse silêncio... Com fôlego de nadador, na minha cuca, nada. Uma ausência de corpo. Eu preciso me desligar um pouco, viver num tempo só meu, tirar a roupa e nadar umas horas. Algum momento poder esticar as pernas na minha melhor nuvem que nem bóia de criança. Ficar ao sol com todo lugar à minha disposição, toda contradição ao meu favor, com toda cor no meu bolso e só.




Dizem aí sobre a solidez da solidão, mas eu só vejo uma piscina, tão interna e tão instável quanto bonita.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

A Trava

Primeiro você engole a granada, depois puxa a trava. Parece que tudo o que tá fora quer entrar, tudo o que é de dentro quer sair, uma briga imensa acontece em cada pedaço do seu corpo. Todo cantinho que passa despercebido na rotina, hoje dói. O teu corpo te odeia. Parece que é errado, mas não reclama que a vida não é justa.
Porque ela é justa, apertada, comprimida, estreita. Pode sempre um pouco menos do que se diz, sobra muito do mais que não se quis. Todas as sensações do mundo brincam de explodir no seu estômago e isso é tudo o que lhe cabe.

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Dualidades não existem.

A verdade é rude,
O tempo é inquieto,
A vida é desconsertante,
Imparcial e intransigente.

As dores são feitas de concreto
Até pros mais cínicos como eu.

Ideal se fosse diferente,
Mas o caminho é feito de margens.

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Começo e Fim de Festa.

Só o sucesso embriaga mais que uma mulher. Embriagado, nada é mais sucesso do que uma mulher. 

Hahahahaha

Quanto imerso

Querer é a minha essência de ser feliz. Ter não tem tanto valor. Quando eu quero sou só eu quem diz, em silêncio, um diálogo bom entre o eu das minhas idéias, e o eu de praxe. Quanto posso pra dentro? É daqui a pista que aterrisa ou decola? Pra esse tanto interno. Quão imenso, até que ponto, qual é o preço? Pra esse tanto interno... 


Não posso partir de mim.