segunda-feira, outubro 29, 2007

Olha:

Olha bem pra mim. Reolha mesmo, reolha direito porque eu já não sou mais o menino que você conheceu. Não é que o menino cresceu, ele só não é o mesmo que de logo ali. Eu queria te explicar, mas até eu acabar tudo já vai ter virado mentira. Não me entenda mal, as coisas passam... e eu também. Então faz o seguinte: me olha e me esqueça. Vai que dá sorte e tudo reapareça. E que o eu que eu estou seja agradável, talvez um pouco menos idiota. Vai que dá azar... porque eu passo. Então me esqueça, me esqueça mesmo... talvez a decepção vá ser menor. Olha bem pra mim, o que eu vou te falar é muito sério. Meu olhar distante, desse jeito maluco, meio sincero só vai te ensinar uma coisa: não há nada de sério em nada do que eu possa te dizer. Então me viva, me olhe e me esqueça. Não se aborreça a tentar entender. Porque o que tá aos olhos é alva, o que tá nos olhos é alma. E minha alma, ama a alva só. A alma da minha alva é feito de sol, poluição, horizonte e olhos. Alma que não tem sentido sem mudar, passar e esquecer. A alva da minha alma é o imenso que eu carrego. É o imenso que eu vejo. Esse porvir, por-ir. Esse poema dos olhos... Que acaba. Olhos que fecham. Alvas que se põe. Almas que se vão. Entende?

Ah! Esquece...
E olha pra mim. Reolha mesmo...

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