quarta-feira, dezembro 02, 2009

Alegre e Triste.

Tem um homem que corre. Um homem que corre à minha frente. Ele tem olhos cor de cobra-coral, com um ruído no ouvido, na voz que fala. Eu sigo esse rapaz. Porque ele não se perde, ele está. Onde quer que seja, sendo. Ele é mais dono de mim, mais me fascina, mais me joga. Pro chão, pra todos os lados e pro vento. Porque não tem um motor no peito, mas uma granada que explode. É essa sua combustão - jogando pro alto tudo o que deve.Inclusive eu. E fogos de artifício e aviõezinhos de papel. Ele tem a cor da minha alma, com a minha altura e o dobro da minha coragem. A gente não se encontra sempre, mas sempre que acontece, é um tropeço na minha conduta, de distorção de liberdade. Fulge. Manifesto. Se interessa muito fácil e muito raro perde o carinho. Anda desregulado, com o riso no lugar da boca. Vem com a chuva e sempre vai embora.

Um outro de mim corre. À minha frente. E é meu eu dos sentidos e sentimentos, é intenso, vívido e está à solta. Na nova saga da minha vida e do eu que resta.

4 comentários:

Nina disse...

é engraçado como eu vejo um filme lendo suas coisas...

André disse...

Cara, eu sinto A MESMA coisa.

BruBru Schlatter disse...

Textos sempre mto tocantes. Gosto mesmo, já tinha falado, mas ainda não havia registrado no seu blog.

Menino sensível!

Menina Marina disse...

Tive a impressão que esse texto dialogou com meu último.

Beijos menino yuyo