terça-feira, fevereiro 10, 2009

O nado dos braços e o nada da alma

Que vontade de mergulhar profundo, tranquilo. O céu é uma piscina. Eu me jogo sem me preocupar com o fundo, mergulho pra cima pra estragar todas as regras da lógica, da gravidade, do esperado. Uma desordem no meu rumo, uma aleatoriedade interna, um desejo incontrolável. O paraíso é estar imerso, com o silêncio e a dificuldade de abrir os olhos. Afinal ser feliz é não enxergar direito, certo?! A paz mora nesse infinito azul. Nesse infarto de toda dor, eu prendo minha respiração pra ficar o quanto puder, nesse silêncio... Com fôlego de nadador, na minha cuca, nada. Uma ausência de corpo. Eu preciso me desligar um pouco, viver num tempo só meu, tirar a roupa e nadar umas horas. Algum momento poder esticar as pernas na minha melhor nuvem que nem bóia de criança. Ficar ao sol com todo lugar à minha disposição, toda contradição ao meu favor, com toda cor no meu bolso e só.




Dizem aí sobre a solidez da solidão, mas eu só vejo uma piscina, tão interna e tão instável quanto bonita.

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