terça-feira, setembro 15, 2009

Ah, Ela Era...

Tinha um charme barato, um perfume fácil, uma loucura escondida, não que não parecesse maluca, mas era mais do que parecia. A questão é que não tinha um sonho. Até sonhava, dizia que se amava mais que tudo, mas não queria nada disso. Era toda imediatia, seu coração era uma nação em anarquia. Ela era desse tipo que te faz rimar sem querer. Que a faz querer mais do que devia e ao mesmo tempo, parecia ser tanto que dá até medo. Parecia saber de tudo, parecia um sentimento puro e inteiro dentro de uma pessoa só. Desses que pra se ter é preciso faltar outro por completo. Ela era assim. Poema sem o último verso, um sonho inacabado e irretornável, como poluição no peito. E queria ser assim pro resto da vida. Ah, ela era bonita também. Não que precisasse... parecia feita de louça, mas era feita de nuvem e trovoada, não cabia numa caixa que só.
Enquanto se lê aqui ela se reconhece, não que se importe, a vida é leve demais, a consciência também, voa num balão vermelho.

Ela era como a saudade, é bom tê-la e essencial perdê-la.

4 comentários:

Menina Marina disse...

Lendo pela terceira vez... Lindo isso, Yuri, lindo.

Nathalia Mamede disse...

quero ser ela

the fazz disse...

Suspirei profundamente em pelo menos 4 trechos. Imaginar uma mulher que é "feita de nuvem e trovoada" é encantador demais. :)

Nina disse...

indiscutivelmente lindo!