quinta-feira, julho 30, 2009

Muro-Verbo

De frente com o muro compôs, maquinou, borrou, iluminou, riscou. Destruiu, coloriu, escreveu, gravou, desescreveu. Tingiu, esboçou, sujou. Musicou, acrescentou, apagou, eternizou, delineou, condenou. Entorpeceu, representou, marcou sua alma. Sua alma. Para que quem passasse rotineiro, pudesse sentir que ali alguém se destruiu e se arremessou por completo. Tomou posse daquele plano imenso, inquebrável. Como se seus braços e pernas e dúvida e sonhos e fúria e loucura e amor fossem feitos de tinta.

Com uma idéia, palavras e nenhuma ferramenta, sua mensagem significava cada letra:
"Um poema na mente vira a ausência da parede".



Não sei desescrever esse poema

Um comentário:

sugar disse...

"A palavra é meu domínio sobre o mundo." Clarice.