domingo, março 29, 2009

Mensagem na garrafa.

Foi só mais uma bebedeira, como todas as outras. Como tantas das minhas, como tantas das... Álcool qualquer que desce a garganta e transforma as coisas. Distorce os olhos e a cabeça inventa histórias, apaga verdades, empresta sorrisos - situação ideal. O problema é que me confundi tanto, fiquei tão bêbado, que achei que era sentimento. A gente se perde mesmo, "tá ventando forte", trança as pernas em cima dessa idéia, perde os tempos, a clareza, o equilíbrio, a consciência. Uma alegria imensa, de levar e lavar a alma. Pela frente, uma porção de planos - uma ilusão e duas tolices.
Ainda bem quem chegam os dias e a ressaca vem, com ela vem alguma vergonha também, dos dias passados, do papel de bobo. Algumas ressacas levam meses, mas isso nem tanto importa, não sei.
O que eu bebi? Não é cerveja, nem whisky, não era zulu, nem gasolina. O que eu bebi não tem nome, nem rótulo. Veio numa garrafa de um formato que eu nunca vi, não era feita de plástico, nem vidro, não era feito de nada, não sei... Sei que o que eu tomei, outros já tomaram, ficaram loucos e se enganaram como eu. Vi esses embebedados sorrindo pelas ruas tão crentes de que pudesse existir algum elixir de paraíso. Cantando a poesia da vida em refrões desarrumados, trocados... distorcidos. Essas fórmulas não existem. Pessoas são, e suas consequências serão implacáveis e só, não sei.

Sei que foi uns goles a mais, uns dias do meu salário.
Besteira na veia, nada que me valha. Certo?

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