Acho que vou me arriscar nos contos.
Lagrimas caíam como a chuva. Primeiro o azul cor de tinta fez o menino ter medo. Mas a mancha não parou. Ele chorou mais e mais, manchou suas roupas tão sóbrias, seus tênis e depois a calçada e a avenida. As pessoas se assustavam, nunca tinham visto alguém chorar, ainda mais daquele jeito.
Depois a cor rosa algodão-doce, depois o verde aroma de campo, vermelho sangue... Ele choveu lágrimas de todas as cores e quem quer que se molhasse um pouco, perdia a paz de seus dias, nasceu cores novas e tudo que era claro, ficou confuso. O amor se perdeu, e as pessoas desesperaram e correram e quando pararam elas se olharam como se não tivessem nada. E um tempo veio e um sentimento mais forte nasceu no peito dos que conseguiram mudar e preencheu como nenhum tinha até então.
A paixão pulsava visivelmente nos olhos e as cores todas saíram de suas idéias, expressões e palavras, que agora eram eternas, duras e mutáveis a cada momento. O menino, agora com olhos cor de cobra coral, nunca mais foi visto. Mas há o boato de que após chorar dias, o menino gargalhou. E caminhou sem pressa de viver, para a lua baixa com cor de seus olhos.
Desescrevendo:
A questão era contagiosa. Por isso, virou poeta.
3 comentários:
um conto arriscado, riscado em papel branco com cores lindas!
Esse seu colorir é um dom, e é bom, é muito bom ver que você vai continuar compartilhando..
Arrisque-se. Faça-nos esse favor.
você é fantástico com as palavras de qualquer maneira...
E, sim, faça-nos esse favor!
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