segunda-feira, abril 02, 2007

Mais Longe do Chão

Faz tempo que o tempo já não passa do mesmo jeito. Eu cresci, o chão ta mais distante da minha cabeça, talvez o céu um pouco mais perto de mim. Mas mesmo assim eu não poderia dizer com toda certeza que eu estou grande, ou maduro o suficiente. Tantas noites, as mesmas incertezas, os mesmo dilemas. De repente eu sou de novo o mesmo menino loirinho, que ria de qualquer besteira, que tinha medo de jacaré e gostava de comer caquinha do nariz. Ou ainda um garoto com espinhas na testa, cheio de paixões impossíveis e sonhos de carros e casamento. Tantos dias e ainda minhas alegrias estão escondidas nas chuvas, na rua, nas rimas. O tempo brinca comigo de pega-pega, esconde-esconde e eu sempre to perdendo, ele ta sempre me escorrendo pelos dedos, e às vezes sinceramente fico bravo, quase desisto de jogar. Quanto mais velho eu fico mais eu sinto saudade. Mais eu vivo um passado bem mais bonito.Desde de pequeno eu aprendi que devia crescer e ter maturidade pra lidar com os meus excessos, meus desesperos. Mas se é nesses momentos que eu tenho presente em mim toda a sinceridade que posso, porque, se a maturidade é algo tão bom, o caminho que me faria tão maduro soa tão falso? Eu nunca aprendi a lidar com meus sentimentos e, pra dar um nó na minha cabeça grande, eu não aprendi a mentir assim. Será que um dia eu ainda consigo? Eu sempre fui sincero e irresponsável, mas estou bem. Será que um dia eu consigo? Porque meu pai chora, e minha mãe também, eles ficam loucos de raiva e resmungam quando dormem, tudo isso... escondido. Então quem ta mais certo? O que é menos errado? Esse possa parecer um texto super infantil mas a verdade é seguinte: ninguém está pronto o suficiente pra ser tão adulto quanto pretende.

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