quarta-feira, maio 02, 2007

Na Areia, Na Calçada, Na Varanda.

Algo mudou em mim, você transformou essa estrada no Caminho da Saudade, um pedaço do meu coração fica lá atrás mas meu sorriso me acompanha. Foi de repente assim, você me namora como se fosse sempre e como se fosse novo. Simples... Sorrir em silêncio beirando a água, um carinho no cabelo deitado no seu colo, você me completou numa mistura estranha. Carinho, nem tão louco quanto a paixão, nem tão profundo quanto o amor.. Lembra? A lua refletiu desejo nos nossos beijos, refletiu sua luz no mar, refletiu sua mão na minha e beleza nesse seu olhar... e meu Deus como você olha bonito. O contorno das nuvens fazendo a cena me tirar mais o fôlego, maldita sina dessa vida de amores de uns dias... A areia, a esteira, as garrafas de vinho, e nós dois jogados... de cara com o imenso do céu, com as gargalhadas de nossas coisas vãs, loucuras bestas e carinhos de “quase pra sempre”.

Pode gritar, o mundo inteiro é nosso, pode tudo... você vive meu sonho essa noite, canta minha música preferida, minha música preferida canta você. E você me encanta... Me conta dos seus medos, eu me abro pra você, nunca vi tanta sinceridade. O melhor é que, por mais que não pareça, agente mal se conhece e, por mais que não seja, parece que eu estava te procurando. Engraçado né?

A noite passa, e eu descobri que seu andar é de graça, seu olhar é de carinho, seu sussurro é do meu segredo, seu ouvir é do meu esconderijo. Me rouba e me leva pela mão. De onde vem essa menina? Ela está e é o que importa. Ela é meu agora, de frente pro mar.

E agente tanto conversa que eu até esqueci meu nome, quando bate a fome, me prometeu descongelar uma lasanha, hahahaha que vida estranha. No caminho pra casa eu desfilo sonhos meus e besteiras entre os seus sorrisos, meus planos, minha idéias tomam sua madrugada... e você, me toma a minha vida.
Você me balança só com os olhos, tão linda, tão simples, tão fácil essa nossa madrugada. De um momento pro outro você me dominou e foi naquela calçada no caminho pra casa que eu me encontrei e me perdi pra sempre. Na varanda, agente ri que nem babaca, são cócegas, gargalhadas como se a vida fosse só aqueles poucos metros quadrados. Vai amanhecer, e eu adorei a tua crítica, aceitei seu zelo, ri tua graça, vivi teu viver, engoli seu vazio, viajei no seu rabisco. Eu to indo... mas nessa despedida algo fica. Você me fez tão bem...

Na hora de ir embora eu te abraço de novo, só pra ter certeza de que nosso abraço se encaixa bem mesmo. E olha só, eu tava certo. Te deixei na varanda e quase não te largo, mas eu aprendi com você a fazer algumas coisas diferente... Um pedaço do meu coração fica e meu sorriso me acompanha. O seu sorriso me acompanha, o sol nasce, eu estou indo embora... mas só vejo você.

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